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Bolsonaro diz ex-governador do RJ Witzel fez chantagem em troca de vaga no STF

Gravação da reunião acontecida em 2020 foi tornada pública por decisão do STF nesta segunda, 15.

Durante uma reunião com as advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, em 2019, o então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PMB), ofereceu uma solução para o caso de investigação de rachadinha do seu filho em troca de um lugar no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele usou o termo “resolver”. Esta informação foi divulgada publicamente na segunda-feira, 15, por ordem do ministro Alexandre Moraes, responsável pelo caso.

“O ano passado [2019], no meio do ano, encontrei com o [Wilson] Witzel, não tive notícia [inaudível] bem pequenininho o problema. Ele falou, resolve o caso do Flávio. Me dá uma vaga no Supremo”, o trecho está na decupagem da Polícia Federal sobre uma reunião que definia estratégias de defesa para o filho do ex-presidente.

Bolsonaro citou o caso das “rachadinhas” – um esquema onde funcionários designados ao gabinete retornam parte de seus salários ao parlamentar. Esta investigação contra Flávio foi o foco da reunião com suas advogadas, Juliana Bierrenbach e Luciana Pires, juntamente com o ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ), e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

Após a fala de Bolsonaro, a advogada Bierrenbach questiona: “quem falou isso?” e Bolsonaro reafirma: “O Witzel, né”. A outra advogada, Luciana Pires, disse que “ele tem a Polícia Civil na mão”. Em seguida, Heleno e Bolsonaro dizem: “sede de poder”.

A gravação de áudio, conforme a Polícia Federal, foi realizada por Alexandre Ramagem, que atualmente é deputado federal e pré-candidato à prefeita da cidade do Rio. A reunião ocorreu em 25 de agosto de 2020. Não há registro dessa reunião na agenda oficial de Bolsonaro. De acordo com os investigadores, o áudio é evidência do envolvimento de Bolsonaro no esquema ilegal.

A gravação da reunião foi encontrada durante investigações do caso conhecido como “Abin Paralela”. Segundo a PF, foi montada uma estrutura no governo Bolsonaro para investigar ilegalmente adversários políticos. Bolsonaro e Ramagem negam irregularidades e o cometimento de crimes.

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