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Lula planeja ‘ampliar o indulto’ para enfrentar a superlotação carcerária

Conselho Nacional de Política Criminal propõe ampliação de indultos para combater superlotação carcerária no plano 2024-2027

Conselho Nacional de Política Criminal propõe ampliação de indultos para combater superlotação carcerária no plano 2024-2027

O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), associado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao apresentar o plano nacional de polícia criminal e penitenciária para o período de 2024 a 2027, sugeriu a “ampliação das hipóteses de indulto” como uma das soluções para o “problema da superlotação carcerária”.

Após o Congresso Nacional rejeitar o veto do presidente Lula (PL) ao projeto que encerrou as “saidinhas”, foi proposta a expansão do benefício.

A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) divulgou em março deste ano que, durante o segundo semestre de 2023, o Brasil teve um registro de 650.822 detentos em regime fechado e 201.188 cumprindo pena em prisão domiciliar.

Entre as diretrizes, o documento também propõe o “monitoramento das estatísticas referentes às audiências de custódia e da efetiva atuação da Defensoria Pública no referido ato”.

“As propostas recomendadas neste trabalho resultam do esforço do CNPCP para uma construção colaborativa e afirmativa das temáticas priorizadas junto aos atores sociais e institucionais”, diz um trecho do Plano.

O Plano do CNPCP menciona ainda 10 pontos para “reflexão sobre a superlotação”. Eles são:

  • As dificuldades de acesso à justiça e de assistência judiciária, sobretudo, no interior dos Estados;
  • As poucas opções de penas alternativas e medidas cautelares diversas da prisão;
  • O tímido avanço na legislação acerca dos mecanismos de justiça consensual;
  • O excessivo número de penas de prisão cominadas pelos tipos penais;
  • a excessiva aplicação de penas privativas de liberdade, pelo Judiciário, mesmo quando são previstas outras hipóteses punitivas em lei;
  • A falta de flexibilização na fixação do regime inicial de cumprimento de pena e na concessão de direitos relativos ao sistema progressivo;
  • A constante carência de vagas prisionais e a dificuldade de abertura de novas vagas pelo executivo;
  • A pouca oferta de escritórios sociais e outras ferramentas locais de apoio ao egresso;
  • As dificuldades de gerenciamento central das vagas prisionais por órgãos do Poder Judiciário;

A demanda por treinamento e reconhecimento dos servidores e outros participantes do sistema de justiça criminal, além da procura por suporte na sociedade.

“O Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária – Quadriênio 2024-2027 representa o marco temporal para gerar as bases para a estruturação de um programa que precisa se tornar sustentável em prol de uma política criminal e penitenciária que responda aos desafios do sistema de justiça criminal e da administração penitenciária brasileiros para o século XXI”, diz o documento em outro trecho.

O CNPCP também propõe medidas que antecipam a liberdade, com ou sem o uso de monitoramento eletrônico, conforme recomendado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A Suprema Corte permitiu a liberação precoce de criminosos do regime fechado devido à ausência de espaços no sistema prisional.

Fim das saidinhas

As propostas delineadas no Plano foram sugeridas após o governo enfrentar uma derrota no Congresso Nacional. Esta derrota foi caracterizada pela derrubada do veto do Presidente Lula (PT) ao Projeto de Lei (PL) 14.843/24. Este projeto modificou a Lei de Execução Penal (LEP) e impediu a realização da “saidinha”.

Durante aquele momento, Lula justificou o veto ao fim das saidinhas por “motivos humanitários”.

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