NotíciasPolítica

Governo Lula oficializa “rachadinha” em emendas coletivas do orçamento, afirma Veja

Controvérsia sobre regras de destinação de verbas do orçamento federal no governo Lula

As regras estabelecidas pelos ministérios do governo Lula para a alocação de mais de R$ 24 bilhões em fundos do Orçamento federal têm gerado polêmica ao oficializar práticas que individualizam as emendas das bancadas estaduais e das comissões da Câmara e do Senado. Essa prática, conhecida como “rachadinha”, permite que os coordenadores das bancadas e líderes partidários determinem como a maior parte desses fundos será distribuída entre os parlamentares, transformando emendas coletivas em “emendas individualizadas de bancada”. A informação é da Revista Veja.

Embora tais emendas sejam de caráter coletivo e, teoricamente, a decisão sobre sua aplicação deveria ser tomada em conjunto pelos legisladores de cada estado ou comitês, na realidade, os coordenadores possuem a autoridade para pedir “remanejamentos” das emendas, alterando o destino dos fundos por meio de meros ofícios ao Palácio do Planalto, dentro do prazo determinado.

Quando se trata de emendas de comissão, as lideranças da Câmara e do Senado estão negociando, a portas fechadas, a divisão de R$ 15,5 bilhões em 2024, mantendo a prática da “rachadinha” que deveria ser determinada por colegiados. Muitos parlamentares já veem este modelo como o substituto das polêmicas emendas de relator, também conhecidas como “orçamento secreto”.

Em abril, uma portaria conjunta foi publicada pelos ministérios da Fazenda, Planejamento e Orçamento, Gestão e Inovação, e pela Secretaria de Relações Institucionais, que autoriza oficialmente tais realocações. Isso permite que os “autores” – presidentes de comissões e coordenadores de bancadas – decidam sobre a utilização dos fundos.

A “rachadinha” das emendas coletivas, uma prática também presente durante o governo Bolsonaro, está sendo oficializada, sugerindo um “jogo duplo” do governo Lula nas negociações com os líderes da Câmara e do Senado, assim como com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma declaração conjunta na última terça-feira, foi anunciado um acordo para proibir a individualização dessas emendas, que agora devem ser direcionadas a “projetos estruturantes” em cada estado e no Distrito Federal, conforme a decisão de suas respectivas bancadas. De acordo com o consenso entre os Três Poderes, as emendas de comissão devem ser destinadas a “projetos de interesse nacional ou regional”.

O prazo para o Governo e o Congresso definirem os detalhes dessa nova regulamentação é de dez dias. Contudo, já se observam indícios de oposição de alguns líderes do Legislativo em relação aos termos do acordo com o Supremo.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo