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Senador cobra explicações da CBF sobre contrato com instituto fundado por Gilmar Mendes

Requerimento de audiência mira recondução de Ednaldo Rodrigues e vínculo com o IDP

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) quer esclarecimentos diretos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre suspeitas de má gestão, favorecimentos e conflito de interesses envolvendo a entidade e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na última semana, Girão protocolou um requerimento na Comissão de Esporte (CEsp) do Senado, solicitando uma audiência pública com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. O objetivo é apurar a relação entre a entidade e o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) — fundado por Gilmar Mendes e atualmente dirigido por seu filho, Francisco Schertel Mendes.

CBF e IDP firmaram contrato milionário

A motivação do pedido surgiu após a divulgação de uma reportagem da revista Piauí, que revelou uma parceria milionária entre a CBF e o IDP. Segundo o levantamento, o instituto passou a administrar cursos e atividades da CBF Academy, braço educacional da confederação.

O contrato, segundo a publicação, garante ao IDP 84% da receita gerada pelos cursos, enquanto a CBF fica com apenas 16%. A reportagem também aponta que pessoas ligadas ao IDP assumiram cargos de direção na CBF, aprofundando as suspeitas de favorecimento.

Recondução de Ednaldo gerou questionamentos

Outro ponto de tensão destacado por Girão envolve a recondução de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF, em decisão monocrática do ministro Gilmar Mendes no final de 2023. Rodrigues havia sido afastado por determinação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que anulou sua eleição com base em irregularidades no processo.

A volta ao cargo foi possível após uma ação movida pelo PCdoB, partido do atual secretário-geral da CBF, Alcino Rocha, cair nas mãos de Gilmar Mendes por sorteio. Para o senador, a combinação de fatores levanta sérias dúvidas sobre a isenção da decisão judicial.

Senador quer transparência e investigação

Para Eduardo Girão, é fundamental que a CBF e seu presidente prestem contas à sociedade e ao Congresso:

“Precisamos entender se há favorecimento, troca de interesses ou violação de princípios éticos entre a CBF e o Judiciário. Não se pode permitir que entidades com papel social relevante, como a CBF, se tornem palco de manobras políticas ou jurídicas.”

O parlamentar também estuda a convocação de representantes do IDP para explicar o teor da parceria com a confederação e a atuação de seus membros nos bastidores da entidade.

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