Durante uma visita a Santa Catarina em 9 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou um lenço palestino, conhecido como “keffiyeh”, com a inscrição em árabe “Jerusalém é nossa. Nós estamos chegando”.
O grupo terrorista Hamas faz uso da frase que é interpretada como um apelo para a “extinção do Estado israelense” e também “defende” a demanda palestina por Jerusalém.
Desde 1967, Israel mantém controle sobre Jerusalém, vendo a cidade como indivisível e hospedando várias instituições governamentais, incluindo a Suprema Corte e o Knesset. A administração da parte oriental de Jerusalém, antes de 1967, estava sob responsabilidade da Jordânia.
A foto de Lula usando o lenço foi postada no Instagram pelo Comitê Catarinense Khader Mahmud Ahmad Othman em 23 de agosto, embora não tenha sido divulgada nas redes sociais do presidente.
O comitê também presenteou Lula com uma placa exibindo um mapa da região sem fronteiras entre Israel e Palestina.
O Palácio do Planalto, através de sua assessoria, informou ao portal Poder360 que não se pronunciaria sobre o assunto. De acordo com o cientista político e CEO da ONG Stand With Us Brasil, André Lajst, a expressão no lenço constitui um discurso de ódio voltado contra os judeus.
“Ou o presidente ignora essa frase, que é racista e de ódio e que desconsidera a legitimidade do povo judeu à região, ou ele é muito mal assessorado”, disse Lajst.
Lula é defensor da “causa palestina”
O presidente já demonstrou simpatia pela “causa palestina” anteriormente. Sua manifestação mais marcante ocorreu em 16 de fevereiro, quando ele estabeleceu uma comparação entre as ações do exército israelense contra o grupo terrorista Hamas e as ofensivas nazistas do Holocausto.
A afirmação de Lula desencadeou uma crise diplomática entre Brasil e Israel, resultando na classificação do presidente como “persona non grata” pela nação judaica.
Nos meses seguintes, o membro do partido dos trabalhadores não parou de acusar Israel de cometer “genocídio” contra o “povo palestino”. Em uma declaração recente, no dia 8 de julho, Lula expressou seu orgulho por o Brasil ser a primeira nação a estabelecer um acordo de livre comércio com a Autoridade Nacional Palestina.
“Nos orgulhamos de ser o primeiro país do bloco a ratificar o acordo de livre comercio com a Palestina”, disse Lula. “Mas não posso deixar de lamentar, que isso ocorra num contexto que o povo palestino sofre com as consequências de uma guerra totalmente irracional.”
Representantes do Hamas já teceram elogios a Lula por suas críticas a Israel. O louvor mais recente veio em maio deste ano, em uma entrevista concedida ao Metrópoles. Na ocasião, o porta-voz Muslim Imran destacou positivamente as críticas do ex-presidente brasileiro à atuação de Benjamin Netanyahu no conflito em andamento na Faixa de Gaza.
As informações são da Revista Oeste