Nesta sexta-feira (30), Marcelo Claure, vice-presidente global da Shein, declarou que a suspensão das operações do X no país pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, fará com que o governo brasileiro perca “muita credibilidade”.
Durante sua participação no Seminário, organizado pelo Grupo Esfera no Rio de Janeiro, o executivo expressou que tal medida poderia incutir medo em outras empresas de tecnologia que atuam no Brasil.
“O mundo inteiro está olhando a briga entre Elon Musk e o juiz Moraes, e se espera que governo não feche o Twitter, não feche a SpaceX, porque vai perder muita credibilidade”, disse.
Representante da Shein critica decisão judicial
“Não pode ser que um juiz brasileiro tenha poder de poder fechar você”, afirmou.
Durante o mesmo acontecimento, a decisão também foi criticada pelo apresentador Luciano Huck.
“Sou contra o que aconteceu hoje. Acho muito ruim para o Brasil quando você mistura o Judiciário, de forma tão imperativa, ao dia a dia das empresas”, afirmou.
“Cria-se uma insegurança jurídica que não é necessária. A gente ter segurança é necessário. Estamos num momento que precisamos sentar, dialogar e entender as mudanças”,o apresentador afirmou.
Decisão
Nesta sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes ordenou que o X (anteriormente conhecido como Twitter) fosse suspenso em todo o Brasil.
Para implementar a sentença, o juiz ordenou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as companhias que fornecem serviços de internet no país fossem notificadas. A Anatel confirmou ter “recebido a notificação”.
A interrupção do X permanece em vigor até que a plataforma esteja em conformidade com todas as decisões do STF, quite as multas que atualmente totalizam R$ 18,3 milhões e nomeie um representante no país.
A escolha foi feita após o STF intimar o empresário Elon Musk, proprietário do X, para designar um novo representante legal para sua empresa no Brasil, caso contrário, a rede social poderia ser suspensa.
A Corte oficializou a intimação através de uma publicação em seu perfil na própria plataforma. Foi concedido um prazo de 24 horas para a execução da ordem. No entanto, a empresa não obedeceu à ordem dentro do prazo estabelecido.
