Silvio Almeida, ex-ministro, permaneceu menos de 24 horas no comando do Ministério dos Direitos Humanos após a divulgação, através de uma reportagem do portal Metrópoles, de que enfrenta acusações anônimas de assédio sexual. Isso é ressaltado no editorial do jornal Folha de S.Paulo deste domingo, 8.
O caso se tornou ainda mais escandaloso quando foi relatado que uma das vítimas seria Anielle Franco, na época colega e Ministra da Igualdade Racial. O silêncio dela sobre o caso foi suficientemente eloquente.
No entanto, a velocidade da decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece ser apenas superficial. As evidências sugerem que as reclamações contra o ministro vinham se acumulando internamente há meses, incluindo acusações de assédio moral, que foram relatadas na quarta-feira, 4, pelo portal UOL.
“Diante do estardalhaço, restou a Lula agir sem maiores sutilezas”, afirma a Folha. Na manhã de sexta, 6, declarou em entrevista que “alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”. Previamente, a primeira-dama Janja havia compartilhado em uma plataforma de mídia social uma foto dela com Anielle.
Uma reunião foi convocada com cinco ministros para debater o caso. Foi também informado que a Polícia Federal começaria a investigar a conduta de Almeida.
A demissão foi anunciada de forma direta em uma nota do Planalto no início da noite: “O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”.