
Nesta quinta-feira (12), o deputado federal André Janones (Avante-MG) foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por supostamente estar envolvido em um esquema de “rachadinha” em seu gabinete. Quando as alegações surgiram, o legislador negou qualquer irregularidade.
A investigação sobre a “rachadinha”, que se refere à devolução de uma porção dos ganhos dos assessores a políticos, foi iniciada após serem feitas denúncias por antigos empregados, que alegam terem sido coagidos a ceder parte de seus salários.
A Polícia Federal indiciou por crimes de “associação criminosa”, peculato e “corrupção passiva”. Agora, o caso está sob consideração da Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem a responsabilidade de decidir se apresenta ou não acusações contra Janones.
Segundo o indiciamento da PF, o patrimônio de Janones cresceu de forma desproporcional durante o período investigado, o que justifica a abertura de uma apuração.
“Os dados fiscais também não deixam dúvidas no que concerne ao exaurimento do crime de corrupção passiva. Por meio deles, a equipe investigativa se deparou com uma variação patrimonial ‘a descoberto’ do parlamentar, nos anos de 2019 e 2020, respectivamente de R$ 64.414,12 e R$ 86.118,06”, afirmou o relatório da PF.
Ainda segundo a Polícia Federal, Janones é “o eixo central” da organização criminosa que se beneficiou do dinheiro proveniente das rachadinhas.
“O deputado federal André Janones é o eixo central em torno do qual toda a engrenagem criminosa gira. A investigação expôs a ilicitude de seus atos em todas as etapas, desde o início até o desfecho”, completa a PF no indiciamento.
Janones está sob investigação por suposta participação em um esquema de “rachadinha”, no qual ele estaria se apropriando de uma parte do salário dos seus assessores parlamentares. A acusação emergiu de um áudio de 2019, onde Janones orienta seus assessores a reembolsarem uma parcela de seus vencimentos para auxiliá-lo a cobrir perdas financeiras supostamente ocorridas em 2016, após sua derrota nas eleições para prefeito de Ituiutaba, em Minas Gerais.
“Tem algumas pessoas aqui que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas quando a minha campanha de prefeito deu um prejuízo de R$ 675 mil, na campanha. Elas vão ganhar a mais pra isso”, diz o parlamentar na gravação.
Em dezembro passado, o ministro do STF Luiz Fux iniciou um inquérito para investigar a conduta do parlamentar, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).