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Anotações em caderno revelam ligação de Deolane Bezerra com o crime organizado

A investigação por lavagem de dinheiro culminou na prisão da influenciadora no dia 4 de setembro

O início da investigação que levou à prisão de Deolane Bezerra, uma influenciadora e advogada de 36 anos, foi a apreensão de um caderno com anotações referentes ao “jogo do bicho” e apostas online. O objeto, encontrado em um estabelecimento de apostas em Pernambuco, serviu como ponto inicial para revelar a conexão com o crime organizado, além de um esquema de lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar e a plataforma “Esportes da Sorte”.

No dia 4 de setembro, Deolane e sua mãe, Solange Alves Bezerra Santos, foram detidas após a execução de mandados de prisão preventiva pela Polícia Civil. A atividade criminosa em questão está intimamente conectada à movimentação financeira do site de apostas Esportes da Sorte, que conduzia operações ilegais sob a identidade de “HSF Gaming”, com registro em Curaçao, conhecido como um paraíso fiscal. Detectou-se que a plataforma de apostas estava envolvida na lavagem de grandes quantias de dinheiro, recorrendo a intermediários como a Pay Brokers, uma empresa de Curitiba que recebeu milhões em depósitos através do Pix.

A participação de Deolane no esquema foi estabelecida quando se revelou que ela havia recebido, de novembro de 2022 a maio de 2023, aproximadamente R$ 3,2 milhões da Pay Brokers, uma companhia sob investigação por facilitar a lavagem de dinheiro. Ademais, Deolane comprou uma Lamborghini Urus de R$ 4 milhões, negócio que também está sendo questionado, pois o carro foi visto somente em São Paulo, onde a influenciadora mora, sem ter sido visto em Pernambuco, onde supostamente foi adquirido.

A influenciadora exibiu o veículo luxuoso em vários momentos, apresentando-o para os seus seguidores nas mídias sociais, sem fazer referência às suas ligações com o capital advindo de fontes ilegais. A Polícia Civil também indicou que Solange, mãe de Deolane, movimentou cerca de R$ 500 mil entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, através de operações questionáveis, o que intensificou as dúvidas sobre a participação da família no esquema.

As investigações sugerem que os recursos advindos do jogo ilegal eram “clareados” por meio da aquisição de itens de luxo, como automóveis e aviões, uma estratégia implementada para ocultar a procedência ilícita dos fundos e impedir que as transações fossem rastreadas pela Justiça.

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