Israelenses se refugiam após bombardeios do Líbano e ONU alerta para ‘catástrofe’
Milhares de pessoas buscaram refúgio neste domingo (22) após o Hebzollah lançar foguetes do Líbano contra Israel

No domingo (22), milhares de indivíduos procuraram abrigo após o Hezbollah disparar mísseis do Líbano em direção a Israel. Uma representante da ONU alertou para uma “catástrofe” prestes a acontecer na região.
Os subúrbios de Haifa, uma das principais cidades do norte, foram atingidos por projéteis que incendiaram um prédio, encheram outro de estilhaços e carbonizaram veículos, conforme relatado pelas tropas israelenses.
“Israel não tolerará ataques contra seus habitantes e cidades”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em um comunicado.
Depois de quase doze meses de conflito entre o Hamas, movimento palestino, e Israel na Faixa de Gaza, o foco esta semana se deslocou para a fronteira com o Líbano, em um aumento de tensão militar entre as forças israelenses e o grupo Hezbollah, que tem o apoio do Irã.
Na manhã de domingo, o Exército de Israel divulgou que havia realizado novos ataques aéreos contra posições do movimento islamista no sul do Líbano, que lançou mais de 100 foguetes em áreas residenciais do norte de Israel.
“Durante a noite e nas primeiras horas da manhã, cerca de 150 foguetes, mísseis de cruzeiro e drones foram disparados contra o território israelense, a maioria em direção ao norte”, afirmou a força em um comunicado, acrescentando que houve “um baixo número de impactos”, sem danos significativos.
O Hezbollah declarou que realizou ataques em instalações militares e uma base aérea em Haifa, Israel, como uma “primeira resposta” às explosões mortíferas de seus equipamentos de comunicação ocorridas na terça e quarta-feira.
“Centenas de milhares de pessoas tiveram fugiram para abrigos antiaéreos no norte de Israel”, disse à AFP o porta-voz do Exército, Nadav Shoshani.
O socorro de emergência de Israel relatou que ao menos quatro indivíduos apresentaram “ferimentos por estilhaços”, sendo três deles próximo a Haifa.
Neste domingo, o Ministério da Saúde do Líbano informou que “ataques israelenses” perto da fronteira resultaram na morte de três pessoas.
“Pressão crescente”
A ordem de fechamento de escolas no norte de Israel, algumas a 80 quilômetros da fronteira com o Líbano, foi dada pela Defesa Civil do país e se estende até a tarde de segunda-feira.
“Estamos sob pressão crescente do Hezbollah e vice-versa. Em Haifa, muitas escolas estão fechadas e os escritórios estão vazios”, disse Patrice Wolff, morador desta cidade portuária.
Os confrontos na fronteira aumentaram consideravelmente após as explosões dos “dispositivos de comunicação” do Hezbollah, que foram atribuídas a Israel. De acordo com as autoridades libanesas, esses incidentes resultaram em 39 mortes e 2.931 feridos nos bastiões do grupo.
Na sexta-feira, a milícia foi novamente atingida quando um bombardeio israelense no subúrbio de Beirute impactou sua força de elite. O incidente resultou na morte de 16 dos seus membros, incluindo o líder, Ibrahim Aqil, elevando o total de fatalidades para 45.
“Embora a região esteja à beira de uma catástrofe iminente, não nos cansaremos de dizer: Não existe solução militar que proporcione mais segurança a qualquer uma das partes”, alertou neste domingo a coordenadora especial das Nações Unidas para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert.
Grupos armados favoráveis ao Irã, localizados no Iraque, declararam neste domingo que foram os responsáveis por lançar drones contra Israel. As autoridades israelenses confirmaram que “vários objetos voadores suspeitos” foram interceptados.
A escalada na fronteira entre Israel e o Líbano levou o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, a cancelar sua participação na Assembleia Geral da ONU em Nova York, ao mesmo tempo que pediu “o fim dos terríveis massacres israelenses”.
Após o fracasso das negociações para um cessar-fogo em Gaza, Israel anunciou na terça-feira que incluiu a fronteira com o Líbano em seus objetivos de guerra para permitir o retorno de dezenas de milhares de habitantes deslocados pela violência.