Na quarta-feira 25, a Associação dos Trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Assibge) publicou uma nota questionando a postura da direção do IBGE em relação às críticas do sindicato.
De acordo com a associação, o anúncio feito pela administração de Marcio Pochmann, presidente do IBGE, contém “incorreções e omissões”.
“Em atitude leviana e desrespeitosa ao sindicato e ao conjunto de servidores do IBGE, o comunicado tentou ainda plantar na imprensa a versão de que a indignação da categoria em relação à criação por baixo dos panos de uma fundação de direito privado seria apenas um reflexo da polêmica em torno do teletrabalho, como se os IBGEanos não estivessem comprometidos com a defesa da instituição”, declarou o sindicato.
Críticas têm sido levantadas pelos funcionários do IBGE em relação à falta de diálogo e questionamentos sobre decisões administrativas, incluindo a formação do IBGE+, uma fundação de apoio de direito privado. Segundo o sindicato, não houve uma consulta interna antes dessa mudança, e o acesso ao estatuto só foi concedido após uma solicitação.
Protesto contra mudanças no IBGE
“O que ocorre é que, as tais mudanças estratégicas que estão sendo implementadas, como a criação da fundação de direito privado, jamais foram apresentadas por Pochmann nas referidas reuniões”, afirmou a Assibge.
A Assibge planejou uma manifestação para a quinta-feira, dia 26, concentrando-se nas alterações no sistema de trabalho. No fim de agosto, o IBGE divulgou uma portaria que põe fim ao regime de teletrabalho integral, estabelecendo a volta ao trabalho presencial no mínimo dois dias semanais a partir de 15 de outubro.
De acordo com a gestão Pochmann, a retomada do trabalho em formato presencial é imprescindível para a integração dos aproximadamente mil novos empregados previstos pelo Concurso Nacional Unificado (CNU). O sindicato contesta, afirmando que a decisão não foi debatida com o grupo profissional.
“No caso do teletrabalho, o tema foi discutido na reunião de maio, e o presidente havia se comprometido a não implementar nenhuma nova mudança sem consultar o sindicato. Foi o oposto do que ocorreu”, continuou o sindicato.
Sindicato só se reuniu com Pochmann quatro vezes
Marcio Pochmann, indicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a presidência do IBGE em 18 de agosto de 2023. Foi mencionado pelo sindicato que desde então, seus membros se reuniram com ele em quatro ocasiões.
Segundo a Assibge, Pochmann “comunicou que tinha disponibilidade de tempo para receber o sindicato”, mas “apresentava veto a debater os temas solicitados” pela associação.
Na terça-feira 24, o IBGE publicou uma nota afirmando que as acusações de autoritarismo são “infundadas”.
Na quarta-feira 25, mais tarde, a Assibge divulgou uma nota atualizada indicando que Pochmann concordou em retomar o diálogo com o sindicato, sem excluir qualquer assunto. No entanto, a associação afirmou que continuará com o protesto programado para quinta-feira, 26.
“A Assibge compreende que a mudança de postura da presidência é resultado da mobilização da casa”, declarou a associação. “Porém, dado que a direção do IBGE segue rejeitando o apelo para suspender as medidas em curso, a Assibge considera que o ato de quinta-feira 26 segue sendo necessário, e reforça a convocatória para que todos os IBGEanos do Rio de Janeiro compareçam”.
O Poder360 tentou entrar em contato com o IBGE por e-mail para discutir as últimas observações da Assibge, contudo, não recebeu nenhuma resposta.
As informações são da Revista Oeste