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Mãe de exilado político protesta contra Hugo Motta: “Vim testemunhar a mentira”

Tereza Vale protestou em nome do filho preso após o 8 de janeiro e criticou postura do presidente da Câmara dos Deputados

Tereza, visivelmente emocionada, dirigiu-se ao público presente no evento e afirmou: “Eu vim testemunhar a mentira de Hugo Motta”. A manifestação foi motivada por falas anteriores do deputado, que declarou não haver censura, perseguição ou exílio político no Brasil nas últimas quatro décadas.

A mãe do jovem aproveitou o momento para questionar o compromisso do Republicanos com a pauta das mulheres e das mães. “Quando eu ouvi ele aí, falando a favor das mulheres, mas dias atrás ele disse que o Brasil não tinha exilado político, eu estou aqui em pessoa, a mãe de um. Qual a conclusão de vocês? Existe ou não?”, afirmou.

“Meu filho ficou sete meses, inocente, numa Papuda”

João Lucas, que foi detido durante as manifestações em Brasília no dia 8 de janeiro, é acusado pela Procuradoria-Geral da República de ter participado de uma associação com o intuito de abolir o Estado Democrático de Direito. Segundo sua mãe, ele foi preso apenas por estar rezando, carregando “uma Bíblia e um terço”.

Meu filho ficou sete meses, inocente, numa Papuda”, declarou Tereza diante do público, alegando que sua prisão foi injusta e que sua atual condição fora do Brasil é prova de que há sim casos de exilados políticos no país.

Falas de Motta motivaram o protesto

A manifestação foi uma resposta direta ao discurso feito por Hugo Motta durante solenidade pelos 40 anos da redemocratização, em que o parlamentar afirmou: “Nos últimos 40 anos, não vivemos mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático. Não tivemos jornais censurados, nem vozes caladas à força. Não tivemos perseguições políticas, nem presos ou exilados políticos”.

A declaração gerou repercussão negativa entre familiares de presos e exilados relacionados aos eventos de janeiro de 2023. A ida de Tereza ao evento do Republicanos teve como objetivo rebater essa narrativa publicamente.

Conexão com Eduardo Bolsonaro

O episódio ocorreu dias após o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciar sua licença da Câmara e a permanência nos Estados Unidos. Eduardo também denunciou perseguição política e, segundo aliados, busca apoio internacional para denunciar o que considera violações de direitos fundamentais no Brasil. Seu caso reacendeu o debate sobre possíveis abusos institucionais e uso político do Judiciário.

 

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