Nesta sexta-feira, 27, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) declarou que a bandeira tarifária vermelha patamar 2 estará em vigor no mês de outubro. Isso representa o mais alto nível de cobrança adicional na conta de energia desde abril de 2022, quando a bandeira “escassez hídrica” foi substituída pela bandeira verde, como foi previamente divulgado pelo Estadão/Broadcast.
A ativação do nível 2 da “bandeira tarifária vermelha” representa um aumento de 0,45 ponto percentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, de acordo com a projeção de impacto realizada pela CM Capital.
No próximo mês, a cobrança será de R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A bandeira vermelha patamar 2 foi acionada devido ao risco hidrológico (GSF) e ao aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) – que é o valor calculado para a energia elétrica a ser produzida em um determinado período. O resultado foi influenciado pelas previsões de baixa afluência para os reservatórios das hidrelétricas e pelo aumento do preço no mercado de energia elétrica durante o mês de outubro.
Na semana passada, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apresentou estimativas que indicavam que o PLD de outubro deve ultrapassar os R$ 500 por megawatt-hora (MWh).
Uma série de “bandeiras verdes” se estendeu de abril de 2022 até julho de 2024, quando foi interrompida por uma “bandeira amarela”. Em agosto, a “bandeira verde” foi retomada, mas em setembro foi substituída pela “vermelha, patamar 1”. A “bandeira vermelha patamar 2” foi anunciada no final de agosto para entrar em vigor em setembro, no entanto, após uma revisão nos cálculos, a Aneel anunciou uma reclassificação para “bandeira 1”.
O mecanismo de bandeiras tarifárias, estabelecido em 2015, alcançará em outubro um total de 60 ativações nas categorias amarela, vermelha 1, vermelha 2 ou, a mais impactante, a bandeira de “escassez hídrica”. Ao longo de quase uma década, a poupança com juros atingiu R$ 4 bilhões. Essas informações são fornecidas pela Aneel.
Entenda o sistema de bandeiras
O mecanismo de bandeiras tarifárias serve para sinalizar aos usuários os gastos relacionados à produção de energia no país, com o intuito de aliviar os efeitos nos orçamentos das empresas distribuidoras de energia.
Anteriormente, o preço da energia em períodos de maior desafio na geração era incorporado às tarifas apenas durante o reajuste anual de cada empresa, com a aplicação de juros. No entanto, no sistema atual, os fundos são recolhidos e enviados às distribuidoras todos os meses através da “conta Bandeiras”.
A conta de luz terá a maior cobrança adicional desde abril de 2022, período em que terminou a bandeira “escassez hídrica”, e isso causará impacto na inflação.