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Igrejas: Imagens de Jesus e Maria são substituídas por Xi Jinping na China

Acusação foi realizada por uma comissão dos Estados Unidos; a embaixada chinesa nega

O relatório da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) denunciou que várias igrejas católicas na China substituíram seus símbolos cristãos por fotos do atual líder do país, Xi Jinping, e do falecido Mao Tsé-Tung, que liderou a revolução comunista na nação asiática. Segundo a comissão, imagens de Jesus Cristo e Maria, bem como réplicas de cruzes, foram removidas.

O grupo declara que a ação é componente de uma campanha de “sinicização da religião”, isto é, políticas de imperialismo cultural que demandam que as tradições religiosas se alinhem aos princípios do Partido Comunista Chinês.

Nesta perspectiva, o governo liderado por Xi Jinping estaria solicitando que as igrejas apresentem slogans de sua legenda, além de ter “censurado textos religiosos, imposto materiais religiosos aprovados politicamente e instruído o clero a pregar a ideologia do PCC”.

Os dados do relatório da USCIRF foram publicados pelos veículos de comunicação The Telegraph e Christian Post. Essa organização é uma agência que avalia as transgressões internacionais das liberdades religiosas e propõe sugestões ao Parlamento e à Casa Branca.

Conforme o relatório, a pressão do PCC para a incorporação de ideologias governamentais e a eliminação de elementos vistos como contraditórios à agenda política do Estado tem afetado “todas as facetas da vida religiosa dos budistas, católicos e cristãos protestantes, muçulmanos e taoístas”.

Na entrevista concedida ao The Telegraph, Wu Lixin, dono de uma indústria de purificadores de água que abastecia uma igreja doméstica em Shenzhen com filtros, relatou que foi chamado várias vezes pelas autoridades por conta de “atividades ilegais”.

“Eles perturbaram nossa empresa e me convocaram semanalmente à delegacia para interrogatório, pedindo que eu parasse de me envolver em “atividades ilegais”. Eu questionei por que acreditar em Deus era considerado ilegal” afirmou ele, que fugiu do assédio do governo se mudando para Los Angeles em 2023.

Wu também mencionou estar ciente de vários devotos que abandonaram o país.

“Eles [governo chinês] usaram o reconhecimento facial para identificar e assediar os fiéis, ameaçando seus empregos e famílias para impedi-los de participar das reuniões. Devido a essa perseguição, muitos fiéis foram forçados a deixar a China. Nossa igreja mudou quatro ou cinco vezes, mudando frequentemente devido à interferência policial. Muitos ex-irmãos da igreja não ousam mais acreditar” acrescentou.

O QUE DIZ A CHINA?

Um representante da Embaixada da China em Londres, ao responder às acusações formuladas pela USCIRF, alegou que o relatório “desconsidera fatos básicos sobre a China, instiga o confronto ideológico, difama as políticas religiosas da China, interfere nos assuntos da China e envolve-se na manipulação política”.

A Embaixada sustenta que a liberdade religiosa de “todos os grupos étnicos do país” é protegida pelo governo chinês e que todos possuem “pleno direito à liberdade de crença religiosa conforme prescrito por lei”.

Finalmente, aconselha que os EUA estudem as “Políticas e Práticas da China sobre a Proteção da Liberdade de Crença Religiosa” para compreender adequadamente a política religiosa implementada no país asiático.

 

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