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Candidato do PT a prefeito de Sumaré é acusado de fraudar diploma de Direito

Universidade descredenciada pelo MEC em 2018 nega validação de graduação do vereador Willian de Souza em 2020

O candidato à prefeitura de Sumaré, o vereador Willian de Souza (PT), no interior de São Paulo, foi acusado perante a Justiça Eleitoral por suposta falsificação documental no diploma de Direito que usou para registrar sua candidatura.

A equipe jornalística da revista VEJA obteve acesso à notícia-crime que foi submetida à 362ª Zona Eleitoral de Sumaré na noite da terça-feira passada, dia 15. Conforme a acusação, o título de Willian foi concedido em 2020 pela Faculdade da Aldeia de Carapicuíba (FALC), que foi desacreditada pelo Ministério da Educação (MEC) em 2018 e, naquela ocasião, foi proibida de emitir certificados de conclusão de curso.

A solicitação busca que o Ministério Público Eleitoral (MPE) inicie um inquérito contra o candidato por falsificação de documentos, um delito definido no artigo 353 do Código Eleitoral. “Estão claramente caracterizados os indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva, sendo a conduta ainda mais grave quando o representado utiliza o falso título para se diferenciar dos demais concorrentes”, de acordo com Renata Costa Ataide, a advogada que registrou a denúncia.

Universidade citada nega vínculo com a FALC

No certificado fornecido por Willian de Souza, o curso de Direito da FALC é mencionado como afiliado à Universidade Estadual do Amapá (UEAP), que endossa a validação do documento junto ao MEC.

No entanto, a universidade amapaense afirma que não reconhece o vínculo com a faculdade e nega a validade do documento. “Não foi encontrado processo de credenciamento da FALC neste setor da UEAP. Logo, não há como ter sido feito o registro de diploma desta IES [Instituição de Ensino Superior] pela UEAP”, diz a instituição em declaração incluída no processo.

Contudo, a universidade do Amapá assegura que não identifica a relação com a faculdade e rejeita a autenticidade do documento. “Não foi encontrado processo de credenciamento da FALC neste setor da UEAP. Logo, não há como ter sido feito o registro de diploma desta IES [Instituição de Ensino Superior] pela UEAP”, expressa a instituição em declaração inserida no processo.

Em junho de 2024, cinco membros da equipe da UEAP enfrentaram acusações de corrupção durante uma investigação sobre a venda de “diplomas falsos”. A Polícia Civil do Amapá iniciou a investigação em 2021, apontando para uma organização criminosa que teria lucrado mais de 12 milhões de reais com a emissão de cerca de 62 mil certificados de conclusão de curso falsificados.

A denúncia ressalta outro fato: o breve intervalo entre a emissão do diploma pela FALC, em 5 de dezembro de 2020, e a alegada validação pela UEAP, em 8 de dezembro do mesmo ano – na prática, somente três dias decorreram entre a expedição e a autenticação do documento por instituições que estão aproximadamente 8.000 quilômetros de distância uma da outra.

O que diz o candidato

A equipe de jornalismo da VEJA procurou a assessoria do vereador Willian de Souza e espera um comentário do candidato a respeito da acusação.

Corrida à prefeitura

Em Sumaré, o vereador mais votado em 2020, William Souza (PT), está na corrida do segundo turno eleitoral contra o ex-deputado e vice-prefeito Henrique do Paraíso (Republicanos). Henrique liderou o primeiro turno com 44,41% dos votos válidos, enquanto o petista obteve 31,50%.

Souza conta com partidos de esquerda em sua coligação, incluindo o PT, o PCdoB, o PV, o PDT e o PSB, além de siglas como União Brasil, Avante e PRD. Ele é o candidato que representa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cidade.

Além do Republicanos, Henrique do Paraíso também conta com o apoio dos partidos PL, MDB, Solidariedade, Podemos, PMB, AGIR e DC em sua aliança.

As informações são da Revista Veja

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