
O governo dos Estados Unidos deve anunciar novas sanções ao Brasil a partir da próxima segunda-feira (21), conforme sinalizado por integrantes do Departamento de Estado a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo e aponta um aprofundamento das tensões entre os dois países.
A revogação dos vistos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e de outros magistrados, anunciada na última sexta-feira (18), foi apenas a primeira etapa de um pacote de medidas punitivas, segundo fontes americanas. Um integrante do governo dos EUA afirmou que “o Brasil terá uma longa semana a partir do dia 21”.
O presidente Donald Trump, que retornou recentemente ao poder, classificou a operação da Polícia Federal contra Bolsonaro como uma ação hostil, afirmando que “todas as opções estão na mesa”. Segundo ele, a autorização dada por Moraes para a ação policial foi vista como algo “comparável a uma declaração de guerra contra ele e os Estados Unidos”.
Sanções em estudo incluem tarifas e ação com a Otan
Entre as possíveis medidas que poderão ser adotadas pelos Estados Unidos estão o aumento das tarifas comerciais aplicadas ao Brasil, que podem passar de 50% para até 100%, afetando exportações estratégicas. Também está em avaliação a adoção de sanções conjuntas com países-membros da Otan, o que ampliaria o impacto político e econômico das ações.
Outro ponto de atenção é a possibilidade de que Moraes e outros ministros do STF sejam enquadrados na Lei Magnitsky, instrumento legal dos EUA que impõe restrições a pessoas envolvidas em corrupção ou violações de direitos humanos. A lei proíbe operações financeiras e impõe sanções diplomáticas severas.
Críticas de Trump à atuação do STF
A operação da Polícia Federal contra Bolsonaro, autorizada por Moraes, gerou forte reação de Donald Trump. A Casa Branca, por meio da vice-secretária de imprensa Anna Kelly, afirmou à emissora CNN que “Bolsonaro e seus apoiadores estão sob ataque de um sistema judicial armado”. A nota ainda define a investigação como uma “caça às bruxas que não deveria estar acontecendo”.
A operação, realizada na sexta-feira (18), incluiu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente Bolsonaro. A ação judicial reforçou o atrito com o governo americano, que já vinha se posicionando de forma crítica em relação às decisões do STF.
Diante do clima de hostilidade e das sanções iminentes, o governo brasileiro monitora a movimentação em Washington, em meio à expectativa de que os anúncios oficiais dos EUA nas próximas semanas possam agravar ainda mais a crise diplomática entre os países.