
O general Richard Nunes foi promovido pelo presidente Lula para ocupar o cargo de Estado-Maior do Exército, posição vista como a segunda mais relevante da Força.
A promoção, considerada comum nos quadros do Exército, foi registrada nesta sexta-feira, dia 29, no Diário Oficial da União. A alteração foi concretizada na quinta-feira pelo Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
Richard Nunes foi mencionado novamente esta semana, quando a Polícia Federal o identificou como um dos responsáveis pela nomeação do delegado Rivaldo Barbosa. Este último é acusado de ser um dos autores intelectuais do assassinato da vereadora Marielle Franco.
Richard assumiu o cargo de Secretário de Segurança do Rio de Janeiro durante a intervenção federal em 27 de fevereiro de 2018. Como parte de suas funções, ele tinha o poder de nomear os cargos estratégicos da Polícia Civil no Estado.
No seu depoimento para a Polícia Federal, Nunes afirmou que sua escolha para delegado não foi influenciada por ninguém e que ele conheceu Rivaldo Barbosa “na época da Força de Pacificação e depois acompanhou seu trabalho enquanto chefe da Delegacia de Homicídios, notadamente no caso Amarildo”.
Nas entrevistas concedidas à Folha e ao Estadão, o general expressou sua surpresa ao descobrir que Rivaldo foi acusado de ser um dos responsáveis pelo assassinato da vereadora do PSOL.
No último domingo pela manhã, a detenção do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) e de Domingos Brazão, seu irmão e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, foi executada pela Polícia Federal. Ambos são apontados como possíveis mandantes do assassinato de Marielle Franco. Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, que é acusado de ajudar a protegê-los, também foi preso. Entretanto, todos negam as alegações.
Segundo os agentes da PF, a investigação do caso Marielle estava “talhada para ser natimorta”.
Os investigadores acreditam que a sabotagem ocorreu “no momento mais sensível da apuração do crime, as horas de ouro”, resultando na perda de evidências cruciais, como as imagens dos imóveis adjacentes onde Marielle foi morta.