O jornalista Allan dos Santos revelou em suas mídias sociais que agora trabalha como condutor de um aplicativo de transporte nos Estados Unidos. Allan é visto dirigindo um Tesla em um vídeo postado no Instagram, um automóvel da empresa de Elon Musk.
Ele afirma que está “gostando muito” do novo trabalho e que, apesar das circunstâncias, não vai “deixar de fazer jornalismo”. Segundo ele, o foco é pagar as contas, mas sem “fazer acordos com criminosos”.
Desde 2021, Allan vive exilado nos Estados Unidos, consequência de uma ordem de prisão emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o comunicador.
A Suprema Corte está investigando o seu envolvimento na alegada propagação de “notícias falsas” e na criação de grupos digitais com comportamento antidemocrático. O primeiro inquérito está relacionado à possível distribuição de informações falsas e ameaças direcionadas a ministros e seus parentes.
O financiamento de grupos que realizam ataques às instituições democráticas é o foco do segundo inquérito. Allan, que enfrenta mandados de prisão no Brasil, recebeu em 2022 uma sentença de um ano e sete meses por calúnia, mas continua fora do país.
A Justiça brasileira pediu a extradição de Allan dos Santos
Mesmo após a decisão judicial para barrar seus perfis em redes sociais, Allan inaugurou novas contas. Ele afirma ter produzido aproximadamente 46 perfis somente no Instagram. Em outro esforço para permanecer ativo, criou uma conta na OnlyFans, com uma taxa mensal de US$ 4,75 (cerca de R$ 27,50) para divulgar conteúdo. Entretanto, a plataforma também cancelou sua conta em março do ano corrente.
O pedido de extradição do jornalista foi feito pela Justiça do Brasil, no entanto, ainda não há um parecer sobre o caso por parte do governo norte-americano.
No mês de março deste ano, o Brasil foi informado pelo governo dos Estados Unidos que a extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos não seria possível, devido aos supostos delitos serem vistos como crimes de opinião pelos norte-americanos, conforme reportado pela Folha de S.Paulo. As declarações do jornalista, que são vistas como crime pelo STF, são protegidas pelo direito à liberdade de expressão, de acordo com os EUA.
No ano de 2023, durante um encontro no Ministério da Justiça, na época liderado por Flávio Dino, com a presença de delegados do governo brasileiro e estadunidense, foi exibido um vídeo de Allan dos Santos criticando o STF. Diante disso, os representantes dos EUA afirmaram: “São só palavras”.
Quanto a eventuais outros crimes, o governo norte-americano continua analisando o caso.
As informações são da Revista Oeste