
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta terça-feira (6), uma nova medida para reduzir a quantidade de alimentos processados e ultraprocessados na merenda escolar. A mudança prevê que, a partir de 2025, o limite desses produtos no cardápio das escolas públicas caia de 20% para 15%, chegando a 10% em 2026.
O objetivo, segundo o governo, é incentivar uma alimentação mais saudável para os estudantes e evitar problemas relacionados à má nutrição. Durante o evento em Brasília, Lula justificou a decisão ao afirmar que a preocupação com a qualidade dos alimentos não seria uma prioridade para “um presidente qualquer”.
Prioridade para Agricultura Familiar
Além da redução dos alimentos industrializados, a nova resolução também reforça a compra de produtos da agricultura familiar para a merenda escolar. A prioridade será dada a assentamentos da reforma agrária, comunidades indígenas, quilombolas e grupos formais e informais de mulheres.
Lula criticou a lógica de depender de alimentos enlatados e importados e destacou a importância de oferecer refeições nutritivas para os estudantes. “Se tem dinheiro, vai comprar no supermercado, se não tem, não come. Essa é a lógica. Para que perder tempo com alimento saudável se eu compro enlatado americano e todo mundo come? E vai ficar gordão”, disse o presidente.
Referências a Jeca Tatu e Comparação com a Própria Forma Física
Durante o discurso, Lula fez referência a Jeca Tatu, personagem de Monteiro Lobato, como exemplo de alguém malnutrido e usou sua própria aparência como exemplo de boa saúde.
“Ah, você é magrinho que nem um Jeca Tatu, que é um personagem do folclore brasileiro, magrinho e doente, que não come nada, não come nem macaxeira, e aí dá um alimento para ele, um Biotônico Fontoura e o bicho fica forte, gordo e se acha bonito. E olha como eu estou bonito magrinho? Vamos ser francos, estou melhor do que… então, a comida tem que ser saudável e gostosa. Saudável, de qualidade e barata.”
Impacto da Nova Medida
A alteração na Resolução nº 6/2020, que estabelece diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), terá impacto direto em cerca de 40 milhões de alunos de quase 150 mil escolas públicas em todo o país. O programa é responsável por fornecer aproximadamente 10 bilhões de refeições por ano.