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Aplicativos e renda: Trabalhadores plataformizados têm ganhos maiores, mas a que custo?

Pesquisa aponta rendimento acima da média para quem atua via apps; informalidade e longas jornadas pressionam enquanto Governo Lula busca nova regulamentação

Os trabalhadores que atuam por meio de plataformas digitais, como motoristas e entregadores de aplicativos, registraram um rendimento médio mensal superior ao dos demais trabalhadores, segundo dados recentes do IBGE. Em 2024, o valor foi de R$ 2.996, superando em 4,2% a renda de quem não utiliza plataformas (R$ 2.875).

No entanto, a aparente vantagem financeira vem acompanhada de desafios. O estudo revela que a alta renda é conquistada à custa de jornadas de trabalho significativamente mais longas: em média, 45,2 horas semanais para os plataformizados, quase 4 horas a mais que os não plataformizados.

Além disso, a informalidade e a baixa proteção social são questões críticas. Apenas 35,9% dos trabalhadores por aplicativo contribuem para a Previdência Social, uma proporção muito inferior à dos demais ocupados (61,9%). A maior parte, 86,1%, atua por conta própria.

Diante desse cenário complexo, o Governo Lula retoma o debate sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos. Um Projeto de Lei já foi assinado pelo presidente para motoristas de quatro rodas, estabelecendo a categoria de “trabalhador autônomo por plataforma” com direitos específicos, como remuneração mínima por hora trabalhada e contribuição previdenciária, mas o texto segue em análise pelo Congresso. A discussão para a categoria de entregadores ainda está em aberto, e o tema da precarização e da garantia de direitos sociais continua central nas negociações entre governo, empresas e representantes dos trabalhadores.

Da redação Midia News

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