Escola Municipal Osvaldo Cruz oferece EJA em três períodos
A Rede Municipal de Ensino de Campo Grande (REME) possui uma escola exclusivamente dedicada à Educação de Jovens e Adultos (EJA), oferecendo aulas nos períodos matutino, vespertino e noturno.
Contudo, não é apenas nessa unidade que se oferece a EJA. Além da Escola Municipal Osvaldo Cruz, há outras 11 escolas municipais que disponibilizam essa modalidade de ensino: EM Consulesa Margarida Maksoud Trad, EM Profª Ione Catarina Gianotti Igydio, EM Profª Iracema de Souza Mendonça, EM Pe. Tomaz Ghirardelli, EM Prof. Plínio Mendes dos Santos, EM Profª Maria Regina de Vasconcelos Galvão, EM Prof. Antônio Lopes Lins, EM Carlos Vilhalva Cristaldo, EM Nerone Maiolino e EM José Mauro Messias da Silva (“Poeta das Moreninhas”).
Na EM Osvaldo Cruz, 318 alunos estão matriculados nas fases iniciais e finais da EJA.
De acordo com Felipe Augusto da Costa Souza, chefe da Divisão de Políticas Específicas de Educação da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), a matrícula para EJA está aberta durante o período estabelecido pela REME. “Basta o interessado procurar a unidade e efetivar sua matrícula diretamente na secretaria da escola, sem necessidade de ir até a SEMED. Quem deseja concluir os estudos e não está no ensino regular, pode se dirigir à escola mais próxima para se matricular”, explica.
Os estudantes da EJA têm direito ao passe de estudante e uniforme escolar. “Assim como os alunos do ensino regular, eles recebem todo o uniforme e material escolar necessários para que possam participar das aulas nas mesmas condições dos demais estudantes da REME”, complementa.
O coordenador da escola, Marcelo Corrêa, ressalta as histórias inspiradoras dos alunos da EJA. “Temos alunos que nunca estudaram e outros que pararam no meio do caminho. É fundamental que os professores compreendam essas particularidades para atender a todos de forma adequada. Recebemos estudantes que enfrentaram dificuldades no ensino regular e acabaram reprovando, mas que encontram aqui uma nova chance. Temos transformado vidas. Os jovens costumam faltar mais, enquanto os idosos, faça chuva ou faça sol, estão sempre presentes, determinados a aprender.”
Marco Antônio da Silva, de 48 anos, é um dos alunos que retomaram os estudos este ano, matriculado na fase inicial. “Trabalhava em fazendas e não tinha tempo para estudar. Fui incentivado pelos técnicos do Senar a voltar aos estudos e, agora, estou aqui. Quero muito ser professor”, revela.
Também na fase inicial da EJA, Lurdes Meireles de Oliveira, de 68 anos, emociona-se ao compartilhar sua história. Casou-se aos 14 anos, engravidou aos 15 e não teve a oportunidade de estudar. “Com a ajuda da professora, consegui avançar. Sair de casa e conseguir ler as placas é uma conquista muito valiosa”, conta.
Ana Paula Pereira de Carvalho, professora da fase inicial, fala sobre a importância de ensinar a ler e escrever. “Os alunos, especialmente os idosos, enfrentam uma exclusão social muito forte, e é gratificante poder contar com a EJA para promover essas conquistas.”
Ela ainda destaca que muitos idosos se sentem desvalorizados. “Eles não reconhecem o conhecimento que adquiriram fora do ensino formal, desconsiderando o próprio aprendizado. Nosso trabalho inclui valorizar esse conhecimento, pois nós também aprendemos muito com cada um deles.”