Nesta quarta-feira (13), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, responsabilizou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo desperdício de vacinas durante sua gestão. A declaração foi feita durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados, onde foi interpelada por opositores como Dr. Frederico (PRD-MG) e Kim Kataguiri (União-SP). Kataguiri mencionou uma investigação do Ministério Público Federal que acusa o governo Lula de “omissão” no combate à covid-19 e ressaltou que a atual gestão gastou 61% menos que a administração Bolsonaro em campanhas de vacinação contra a dengue.
Em sua defesa, Nísia afirmou: “Todas as medidas foram tomadas contra o desperdício do governo anterior”, referindo-se ao período em que Marcelo Queiroga esteve à frente do Ministério da Saúde, de março de 2021 até o final do mandato de Bolsonaro. Segundo a ministra, quando assumiu, havia 12,5 milhões de doses de vacinas próximas do vencimento.
Desafios Orçamentários e Políticas em Discussão
Durante a audiência, Nísia Trindade também foi questionada sobre o possível fim do piso de Saúde e Educação, tema em estudo no pacote de corte de gastos do governo. Ela preferiu não comentar diretamente, mas destacou que o presidente Lula restaurou o orçamento da saúde. “Não sou nem otimista nem pessimista, sou uma pessoa responsável, consciente da minha responsabilidade como ministra”, afirmou, destacando seu compromisso com a gestão da pasta.
Recorde de Mortes por Dengue e Explicações da Ministra
Em abril, durante uma sessão da Comissão de Saúde da Câmara, Nísia minimizou as críticas sobre o recorde de mortes por dengue, que alcançou o maior número desde o início da série histórica em 2000. Ela criticou a abordagem da imprensa e afirmou que a alta na letalidade está relacionada ao aumento significativo dos casos.
“Só pode ser má-fé falar de recorde de mortes por dengue na gestão do presidente Lula”, declarou. “Tivemos recorde de casos, portanto, a letalidade acompanha esse número, que é mais que o dobro do ano passado.” Nísia argumentou que “há um uso totalmente incorreto do que se usa em saúde pública que se chama letalidade”, defendendo que a taxa de letalidade da dengue permaneceu dentro dos padrões, apesar do aumento nos casos.