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‘Xandão com quatro estrelas, nós tava feito’: militar indiciado admirava Moraes

Coronel indiciado em inquérito de golpe de estado elogia ministro do STF em mensagens obtidas pela PF

O coronel Roberto Raimundo Criscuoli, um dos militares indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teceu elogios inusitados ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em mensagens obtidas pela PF, Criscuoli afirmou:

“O que eu mais queria, cara, o que eu mais sonho na minha vida é que o Xandão fosse um quatro estrelas, cara. Se esse cara fosse um general de quatro estrelas, nós tava feito.”

O diálogo, que ocorreu entre Criscuoli e o general Mário Fernandes, mostra os dois discutindo o papel que Moraes poderia desempenhar na suposta trama golpista, caso fosse um militar de alta patente.

Elogios e Comparações

Criscuoli, em outro momento, elogiou a postura de Moraes, dizendo que ele “pelo menos tem colhão”, expressão popular que significa coragem e determinação:

“Se o Xandão fosse general, ele tinha prendido todo mundo. Se tivesse voltado pelo mesmo lado que nós, e não pro outro. Mas esse pelo menos tem colhão, como um general teria que ter.”

Os comentários refletem a frustração de Criscuoli com a falta de apoio de outros militares à suposta tentativa de golpe e a admiração pela atitude assertiva de Moraes.


Envolvimento de Mário Fernandes

Mário Fernandes, general da reserva e ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro, foi preso pela Polícia Federal na terça-feira (19/11) e apontado como um dos mais radicais na trama golpista.

Fernandes teria atuado como interlocutor e apoiador de manifestantes acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília e, após a saída de Bolsonaro do Palácio do Planalto, assumiu o cargo de assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde.

Críticas à Democracia e Proposta de Ações Radicais

Em mensagens com Fernandes, Criscuoli defendeu o abandono da postura moderada adotada no final do governo Bolsonaro:

“Democrata é o cacete. Não tem que ser mais democrata agora”, escreveu o coronel, sugerindo a adoção de medidas mais radicais.

Os diálogos também revelam o desejo de cooptar o então superintendente da Polícia Federal do Distrito Federal, Victor Cesar Carvalho dos Santos, para fortalecer o plano.

Contexto da Investigação

A Polícia Federal indiciou37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, sob acusações de suposta tentativa de golpe de Estado, formação de organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O inquérito aponta que militares monitoraram movimentações de autoridades ainda em 2022, antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

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