
Os ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreram a um método incomum para demonstrar lealdade ao líder do PT após a revelação de informações sobre a primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja. As informações foram publicadas pelo portal Metrópoles nesta quinta-feira, 15.
Durante o voo de volta da China, alguns indivíduos espontaneamente apresentaram seus celulares a Lula, como um gesto para demonstrar que não haviam compartilhado nenhuma informação com a imprensa.
Carlos Fávaro, do setor de Agricultura, juntamente com Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, encabeçaram a ação. Contudo, Lula se negou a inspecionar qualquer equipamento e expressou desconforto com o cenário.
Alexandre Silveira, do Ministério de Minas e Energia, e Silvio Costa Filho, responsável pelos Portos e Aeroportos, ambos membros do governo, salientaram que não estavam presentes no jantar mencionado.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, não expressou nenhuma opinião. Segundo o Metrópoles, nos bastidores, alguns auxiliares o veem como um dos possíveis responsáveis pelo vazamento.
O incidente reativou o aviso no governo sobre vazamentos para a imprensa. Desde janeiro, Sidônio Palmeira, líder da Secretaria de Comunicação, vem tentando controlar a prática de ministros e assistentes de fornecer informações anonimamente.
Janja causa mal-estar ao questionar ditador em jantar na China
A situação tensa iniciou-se na China, quando Lula respondeu abertamente ao artigo da colunista Andreia Sadi, publicado no g1, que divulgou o presumido desconforto provocado por Janja ao indagar Xi Jinping acerca da atuação do TikTok.
De acordo com os ministros que participaram do jantar, Janja teria expressado críticas ao algoritmo do aplicativo na presença do líder comunista, argumentando que a plataforma privilegia “conteúdos de direita”.
Relatos de jornalistas do g1 indicam que Xi Jinping parecia visivelmente desconfortável com o comentário. O líder respondeu que o Brasil possui a liberdade de “banir ou regulamentar o TikTok”, caso assim prefira.
À CNN Brasil, Janja atribuiu a uma “amplificação da misoginia” o mal-estar causado por sua fala. Para ela, há “machismo e misoginia da parte de quem presenciou a reunião e repassou de maneira distorcida o que aconteceu”.
As informações são da Revista Oeste