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Livro Retrata Toffoli como “Salvador da Pátria” em suposto plano para evitar golpe

O livro de autoria do jornalista Luís Costa Pinto, intitulado “O procurador”, expressa admiração pelo ministro do STF e por Augusto Aras, que já foi procurador-geral da república.

O livro-reportagem O Procurador, do jornalista Luís Costa Pinto, apresenta uma narrativa onde o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, é descrito como figura central para evitar um suposto golpe de Estado após as eleições de 2022. Na obra, Toffoli é retratado como alguém que articulou movimentos estratégicos para reduzir tensões políticas e preservar a democracia.

Articulações de Toffoli Após as Eleições

De acordo com o livro, Toffoli começou a atuar “informalmente” em 20 de novembro de 2022, durante a celebração de seu aniversário em São Paulo. O evento contou com a presença de diversas autoridades e políticos. “Em bate-papos descontraídos mantidos no encontro social que durou até a noite, Toffoli disse a alguns dos presentes que atuava para amenizar as tensões entre Lula e Bolsonaro”, aponta a obra.

No livro, Costa Pinto revela que Toffoli foi informado sobre a possível existência de um documento que previa a decretação de Estado de sítio. “A amplitude das conversas estabelecidas por Toffoli deixou-o na condição de receptor privilegiado de informes e alertas extraoficiais de militares —ativos e da reserva—, que davam conta da movimentação do tal ‘aparelho golpista’”, afirma o jornalista.

Parceria com Augusto Aras

Segundo a narrativa de Costa Pinto, Toffoli compartilhou as informações recebidas com Augusto Aras, então procurador-geral da República. Juntos, eles teriam sugerido a antecipação da diplomação de Lula, inicialmente prevista para 19 de dezembro, como forma de neutralizar o suposto plano golpista. A proposta foi aceita por Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a diplomação foi realizada em 12 de dezembro.

O livro ainda relata que Toffoli pediu ao ex-ministro das Comunicações, Fábio Faria, que promovesse um jantar em 19 de dezembro para tentar dissuadir Bolsonaro. Durante o encontro, Toffoli teria confrontado o ex-presidente com uma pergunta direta:

“O senhor acha que, se houver um ato de força, os generais quatro estrelas vão deixar um capitão [patente de Bolsonaro] assumir o poder? A história, como a de 1964, mostra que não.”

Segundo o relato, Bolsonaro teria permanecido em silêncio inicialmente, mas negou estar planejando um golpe de Estado

Aras e Seu Papel nos Bastidores

O livro também detalha a atuação de Augusto Aras, descrito como alguém que desempenhou um papel “silencioso e crucial” na preservação do processo democrático. A obra aponta que, desde 2021, Aras vinha agindo nos bastidores para conter supostas ameaças ao regime democrático.

A relação de Aras com Bolsonaro, no entanto, é descrita como complexa, marcada por tensões e falhas em momentos críticos. Durante uma cerimônia de homenagem ao procurador-geral em 2022, Toffoli afirmou: “Sem Aras, não teríamos democracia”.

Uma Narrativa Elogiosa e Controversial

Enquanto O Procurador exalta o papel de Toffoli e Aras nos bastidores da política, o tom elogioso da obra levanta questões sobre a parcialidade do relato e a real extensão das influências descritas. A obra apresenta uma visão jornalística de eventos sensíveis, mas que inevitavelmente será objeto de debate público.

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