Durante os primeiros 11 meses de 2024, durante o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), houve um aumento de 43,7% nos focos de incêndio na Amazônia em comparação com o mesmo período de 2023, totalizando 134.979 registros até o final de novembro. No ano anterior, no mesmo período, foram contabilizados 93.938 focos.
Ainda se mantém o recorde histórico de 2007, ano em que foram registrados 181 mil focos, conforme informações do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No mês de novembro de 2024, foi registrado um total de 14.158 “focos de incêndio” na Amazônia. Este número é 1,5% mais alto do que os 13.940 focos registrados no mesmo mês do ano anterior. Além disso, esse valor é 46,2% superior à média para o período entre 2019 e 2023, que é de 9.679 focos.
Mariana Napolitano, diretora de Estratégia do WWF-Brasil, atribui a intensa seca que a Amazônia tem enfrentado desde 2023 à uma combinação de um El Niño forte, alterações climáticas e o acumulado de desmatamento.
De acordo com ela, a crise climática é intensificada pelo desmatamento, que agrava o padrão irregular de chuvas, as secas sem precedentes, as ondas de calor extremo e as inundações. Essa degradação do meio ambiente, aliada ao aquecimento global, estabelece um cenário favorável para o uso ilegal do fogo na conversão da floresta.
O Cerrado e o Pantanal também apresentaram aumentos expressivos nos focos de incêndio:
- No Cerrado, foram registrados 79.599 focos até 30 de novembro, um aumento de 64,2% em comparação a 2023, sendo o maior número para o período desde 2012, quando mais de 88 mil focos foram registrados.
- No Pantanal, o crescimento foi de 139%, com 14.483 focos detectados até o fim de novembro, ante 6.067 em 2023.
O especialista em conservação do WWF-Brasil, Daniel Silva, enfatizou a interligação dos biomas brasileiros. Ele elucidou que a “conversão” e o “desmatamento” do Cerrado influenciam a Amazônia e o Pantanal, afetando a disponibilidade hídrica em outros ecossistemas e contribuindo para “secas”, “incêndios” e “ondas de calor”.
Ele acredita ser essencial estabelecer políticas confiáveis para a proteção de diversas regiões do país, com o enfrentamento ao desmatamento sendo visto como uma prioridade para atenuar os efeitos da crise climática.