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Correios podem entrar em Insolvência com déficit de R$ 2,1 bilhões agravado pela ‘taxa das blusinhas’

Estatal enfrenta dificuldades financeiras e adota medidas para conter crise

Os Correios registraram um déficit de R$ 2,1 bilhões no terceiro trimestre de 2023 e podem enfrentar insolvência se a situação não for revertida. A estatal prevê encerrar 2024 com um saldo em caixa cerca de R$ 1,8 bilhão inferior ao do ano anterior. Segundo a empresa, o cenário atual é resultado de dívidas acumuladas, falta de reajustes herdados do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da implementação da ‘taxa das blusinhas’ durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Impacto da ‘Taxa das Blusinhas’

Desde 1º de agosto de 2023, entrou em vigor a cobrança de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50 feitas pela internet entre pessoas físicas. A medida faz parte do programa Remessa Conforme, que visa regular empresas como Shein, Shopee e AliExpress.

Os Correios afirmaram que a nova taxação causou uma redução significativa no volume de encomendas internacionais, afetando diretamente a arrecadação da estatal:

“A redução do volume de encomendas internacionais pela entrada em vigor do Programa Remessa Conforme trouxe mais transparência, controle e agilidade, mas causou uma queda no fluxo de importações”, explicou a empresa em nota.

Medidas para Conter a Crise

Para tentar reverter o cenário, os Correios implementaram medidas de contenção financeira, incluindo:

  • Teto de gastos de R$ 21,9 bilhões.
  • Suspensão de novas contratações por, no mínimo, 120 dias.
  • Renegociação de contratos vigentes com uma redução mínima de 10% nos valores bloqueados para 2024 e 2025.

Essas ações foram detalhadas em um ofício assinado pelo chefe do departamento de Orçamento e Custos, Luciano Cardoso Marcolino, e pelo superintendente Executivo de Finanças, Controladoria e Parcerias, Hudson Alves da Silva. As informações foram divulgadas pelo site Poder 360.

Déficit Histórico e Privatização

O déficit atual dos Correios iguala o pior resultado da empresa, registrado em 2015, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com a assessoria dos Correios, a atual gestão herdou um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão, acumulado durante o governo Bolsonaro, período em que a estatal chegou a entrar em processo de privatização. A proposta de privatização foi cancelada por Lula em 1º de janeiro de 2023, em um dos primeiros atos de seu novo governo.

Plano de Recuperação

Apesar do cenário crítico, os Correios afirmam estar desenvolvendo um plano de recuperação focado em:

  • Inovação e modernização operacional.
  • Sustentabilidade financeira.
  • Impacto social.
  • Entrada em novos mercados, como:
    • Seguros.
    • Conectividade.
    • Banco digital.
    • Marketplace.

“Ao mesmo tempo em que adota ações para a recuperação da sustentabilidade financeira da empresa, a atual gestão mantém o investimento no papel social relevante da estatal, com iniciativas no campo da inclusão e cidadania”, destacou a empresa em nota.

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