A recente internação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após uma hemorragia intracraniana gerou apreensão dentro do Partido dos Trabalhadores (PT). O episódio, descrito como um “grande susto” por dirigentes petistas, levantou preocupações não apenas com a saúde de Lula, mas também com o futuro político do partido, que o vê como a única liderança viável para a disputa presidencial de 2026.
O Episódio e a Recuperação
Lula sofreu o acidente em 19 de outubro, quando caiu no banheiro do Palácio da Alvorada e bateu a cabeça, resultando em um leve sangramento cerebral. Na última segunda-feira (9), o presidente foi submetido a uma cirurgia de drenagem no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Segundo a equipe médica, sua recuperação é positiva, mas ele permanece sob observação.
Durante o período de convalescença, o vice-presidente Geraldo Alckmin assume temporariamente as funções presidenciais. Contudo, Alckmin não é visto como um sucessor político viável pelo PT.
Lula: o Plano A, B e C
A dependência do partido em relação a Lula ficou ainda mais evidente após o ocorrido. Um dirigente do PT declarou que “Lula é o nosso plano A, B e C”, reforçando a ausência de um sucessor que possa competir de maneira sólida em 2026. Mesmo nomes como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que concorreu à Presidência em 2018, não são considerados substitutos imediatos. Fontes próximas a Haddad indicam que ele prefere apoiar a reeleição de Lula.
Desafios na Construção de uma Nova Liderança
O PT enfrenta um desafio significativo: preparar um candidato competitivo em curto prazo. Lideranças admitem que a construção de uma nova candidatura requer tempo, articulação e popularidade, fatores escassos para uma corrida presidencial tão próxima.
A preocupação com a saúde de Lula levou aliados a planejar adaptações no Palácio da Alvorada para evitar novos acidentes. Entre as sugestões estão a reestruturação de ambientes para facilitar a mobilidade e a presença constante de uma equipe médica na residência oficial.
Reflexões Internas no Partido
O episódio trouxe à tona discussões internas no PT sobre os desafios políticos relacionados à idade de Lula — que completará 81 anos em 2026 — e suas condições de saúde. O debate, antes evitado, agora é discutido mais abertamente. Para garantir a confiança da base eleitoral e manter a estabilidade do partido, assegurar a plena recuperação de Lula tornou-se prioridade absoluta.
A internação expõe uma realidade delicada: sem Lula, o PT pode enfrentar dificuldades em manter sua força política e sua capacidade de articulação em um cenário de crescente polarização e desafios internos.
