O café registrou seu maior preço em quase cinco décadas nos mercados internacionais de commodities nesta terça-feira, 10. A elevação é impulsionada por uma crise de oferta em decorrência da queda na produção global. A perspectiva de colheitas menores já afeta diretamente os principais produtores mundiais, como o Brasil e o Vietnã.
Os preços do café subiram 5,5% na bolsa de Nova York, atingindo US$ 3,44 por libra-peso, o maior valor desde 1977, quando a chamada “Geada Negra” devastou os cafezais brasileiros.
No decorrer de 2024, os dois principais tipos de café comercializados no mercado de commodities — o Arábica e o Robusta — acumularam altas de quase 70% e 60%, respectivamente. Isso consolidou o grão como uma das commodities mais valorizadas do ano.
Os consumidores já estão sentindo o impacto dessa alta. A Nestlé, maior produtora de café do mundo, anunciou recentemente que continuará elevando o preço de seus produtos.
Produção Global em Declínio
A alta histórica nos preços é consequência direta das previsões de queda na colheita dos principais países produtores.
No Vietnã, líder na produção de café Robusta, a combinação de seca prolongada e chuvas intensas afetou negativamente a colheita.
Escassez e Déficit Global
A crise de oferta global deve continuar no próximo ciclo. Para a temporada 2025-2026, a estimativa é de um déficit de 8,5 milhões de sacas, marcando o quinto ano consecutivo de escassez — algo sem precedentes no mercado de café.
A situação preocupa os principais exportadores mundiais:
- Brasil
- Vietnã
- Colômbia
- Indonésia
Ao mesmo tempo, a demanda global por café segue em crescimento, impulsionada pelo aumento do consumo em mercados emergentes, como a China. Esse aumento da demanda agrava ainda mais o desequilíbrio entre oferta e procura.
Perspectivas para o Futuro
Especialistas alertam que o cenário de oferta limitada deve persistir, o que poderá manter os preços elevados nos próximos anos. Os produtores de café enfrentam desafios crescentes para atender à demanda global, e os consumidores devem se preparar para novas altas nos preços.
A tendência de valorização do café, portanto, parece estar longe de se reverter, afetando desde pequenos produtores até grandes empresas e consumidores finais em todo o mundo.