O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara uma nova licitação para contratar empresas especializadas em comunicação digital, visando enfrentar o fortalecimento do discurso da “extrema-direita” nas redes sociais. O movimento ocorre em um momento de crise na comunicação governamental, intensificada após a recente vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, que gerou uma onda de otimismo entre grupos conservadores no Brasil.
Suspensão Anterior e Frustração no Governo
A necessidade de aprimorar a comunicação digital tornou-se urgente após o Tribunal de Contas da União (TCU) suspender uma licitação no valor de R$ 197 milhões anuais devido a irregularidades no processo. A suspensão evidenciou as limitações da Secretaria de Comunicação Social (Secom), que, segundo fontes, não possui estrutura nem recursos adequados para lidar com o ambiente digital competitivo.
Possível Substituição de Paulo Pimenta
O próprio presidente Lula reconheceu os problemas e a necessidade de corrigir as falhas na comunicação, alimentando especulações sobre a saída do atual ministro da Secom, Paulo Pimenta. Pimenta é cotado para concorrer ao Senado em 2026, o que reforça os rumores de sua substituição.
Entre os possíveis sucessores está o publicitário Sidônio Palmeira, veterano das campanhas petistas. Sidônio, no entanto, exige autoridade plena sobre todas as áreas da Secom para aceitar o cargo, algo que não foi garantido a Pimenta.
Fragmentação Interna e Desafios Estruturais
Outro desafio enfrentado pela Secom é a fragmentação interna. Setores como Audiovisual, Estratégia Digital e Imprensa operam de forma independente, dificultando a implementação de uma estratégia coesa. Os responsáveis por esses setores têm vínculos pessoais com Lula e a primeira-dama, Janja da Silva:
- Ricardo Stuckert, secretário de Audiovisual.
- José Chrispiniano, secretário de Imprensa.
- Brunna Rosa, secretária de Estratégia Digital.
Essa falta de integração tem gerado conflitos e dificuldades na definição das diretrizes da comunicação presidencial.
Resistência de Lula à Comunicação Digital
Apesar de sua habilidade reconhecida como comunicador, Lula ainda não se adaptou totalmente à linguagem digital necessária para dialogar com o público nas redes sociais. Ele não utiliza telefone celular e mantém resistência à comunicação por meio de plataformas digitais, o que tem sido visto como um entrave para a comunicação eficiente do governo.
Além disso, sua relutância em conceder entrevistas frequentes e realizar pronunciamentos em cadeia nacional tem gerado críticas internas. Muitos membros do PT defendem uma abordagem mais direta e constante com a população, alinhada às exigências do ambiente digital.