A disparada do dólar, que alcançou R$ 6,26, traz grandes preocupações para as emissoras de TV brasileiras, especialmente aquelas com dívidas atreladas à moeda norte-americana. O aumento da cotação impacta diretamente o endividamento dessas empresas, ampliando seus débitos e complicando ainda mais o cenário financeiro.
Globo e a Pressão da Dívida Bilionária
Mesmo a poderosa Globo não está imune. Em março deste ano, o jornal ‘Valor’, pertencente à família Marinho, informou que o grupo conseguiu reduzir em 8% sua dívida em 2023, beneficiado pelo fortalecimento do real naquele período. Ainda assim, a emissora encerrou o ano com uma dívida líquida de R$ 5 bilhões. Agora, com o dólar em alta, essa situação pode piorar.
Impacto nos Custos de Operação
A alta do dólar não afeta apenas o pagamento das dívidas. Ela também encarece outros gastos essenciais para as emissoras, como:
- Importação de equipamentos;
- Compra de formatos de programas estrangeiros;
- Direitos de transmissão de grandes eventos esportivos.
Band e o Contrato da Fórmula 1
A Band é outra emissora que sofre com dívidas em dólar. Seu contrato para a transmissão da Fórmula 1 está atrelado à moeda estrangeira, o que torna a situação financeira da emissora ainda mais delicada com a disparada do câmbio.
CNN Brasil e Times Brasil Também em Risco
Emissoras como a CNN Brasil e a recém-lançada Times Brasil (parceira da CNBC) pagam royalties para suas matrizes nos Estados Unidos. Com a alta do dólar, esses pagamentos se tornam mais caros, aumentando a pressão sobre suas finanças.
Telejornalismo Reflete o Clima de Pessimismo
Os telejornais têm destacado a alta do dólar com um tom de pessimismo, refletindo a realidade financeira das próprias emissoras. A jornalista Thais Herédia, da CNN Brasil, descreveu o dia em que o dólar bateu R$ 6,26 como “um dia triste para o Brasil”. Analistas econômicos, em suas aparições, não conseguem esconder a preocupação com o cenário atual.