A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou a abertura de uma investigação para apurar as razões de uma cotação incorreta do dólar, que apareceu no Google no dia de Natal (25/12). Segundo o buscador, o dólar teria alcançado R$ 6,38, o que configuraria um recorde nominal.
No entanto, esse valor foi reportado em um dia de mercado fechado. No último pregão, realizado em 23 de dezembro, o dólar estava cotado a R$ 6,18, marcando uma das maiores altas do ano.
A AGU informou que notificará o Banco Central (BC) para que avalie a possível veiculação de informações incorretas.
Antecedentes: Segunda Investigação Sobre o Dólar
Esta é a segunda vez que a AGU, sob liderança de Jorge Messias, decide investigar oscilações ou informações sobre a cotação do dólar.
Na semana passada, a AGU solicitou que a Polícia Federal apurasse a divulgação de um meme que mencionava o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Na publicação falsa e irônica, Galípolo teria afirmado que “a moeda dos Brics nos salvaguardaria da extrema influência que o dólar exerce no nosso mercado”.
O órgão alegou que o meme poderia ter impactado negativamente a confiança no mercado, contribuindo para que o dólar alcançasse R$ 6,2672, um recorde histórico.
Erros Anteriores do Google
Não é a primeira vez que o Google apresenta cotações incorretas do dólar. Em novembro, o buscador exibiu um valor de R$ 6,17 após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, enquanto o dólar encerrou o pregão daquele dia em R$ 5,67.
O Google admitiu o erro e prometeu corrigir as inconsistências, inclusive retirando temporariamente o câmbio de suas plataformas.
A Fonte do Problema
O Google não utiliza fontes oficiais para informar as cotações de moedas. Em vez disso, os dados vêm do mercado OTC (over-the-counter), um mercado de balcão que funciona paralelamente ao mercado regulamentado, sem restrições de horários ou dias úteis.
Esse sistema, amplamente usado por outras plataformas financeiras, mostrou o dólar próximo a R$ 6,30 na tarde de 25 de dezembro.
Banco Central Anuncia Novo Leilão
Como resposta às oscilações recentes, o Banco Central anunciou um novo leilão de dólar à vista para o dia 26 de dezembro, com oferta de até US$ 3 bilhões. O objetivo é conter a volatilidade cambial e trazer mais equilíbrio ao mercado.
No pregão de 23 de dezembro, o dólar subiu 1,87%, alcançando R$ 6,18, o segundo maior valor nominal desde a criação do real, em 1994.
