Uma coalizão de associações e organizações de tendência esquerdista elaborou uma carta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, solicitando o reconhecimento do governo brasileiro para a suposta vitória de Nicolás Maduro nas últimas eleições venezuelanas.
O presidente e Celso Amorim, assessor especial encarregado da política externa do Brasil, foram os únicos destinatários da comunicação, excluindo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Na correspondência, os remetentes destacam a relevância de validar a reeleição de Maduro, enfocando os vínculos históricos de camaradagem e colaboração entre Brasil e Venezuela.
O texto indica que a conservação de relações saudáveis deve ser fundamentada no respeito recíproco e na apreensão das complexidades internas de cada nação, reafirmando princípios consagrados na Constituição Federal e na Carta das Nações Unidas.
A carta ainda realça a política externa do governo Lula, que tem como objetivo fortificar acordos com nações próximas, como demonstrado pela renovação do acordo referente às tarifas da hidrelétrica de Itaipu com o Paraguai.
Os autores da carta afirmam que a oposição venezuelana é uma ameaça à estabilidade regional. O documento também expressa preocupações sobre o surgimento de movimentos extremistas na Venezuela, embora a realidade seja que o extremismo político é, de fato, o próprio regime ditatorial de Maduro.
A ditadura venezuelana
A consolidação da ditadura venezuelana como um dos regimes mais brutais da história da América Latina está ocorrendo. A detenção em grande escala de adversários políticos, incluindo menores de idade, torturas, restrição de liberdades individuais, ameaças, e terrorismo de Estado são os fatos observados no país vizinho.
Já foram apresentadas evidências pela oposição venezuelana de que emergiu vitoriosa da eleição, a despeito de toda a repressão e fraude estatal. A maioria do povo venezuelano escolheu como presidente o diplomata Edmundo González, como já foi reconhecido por inúmeros países.
Abaixo estão listadas as organizações populares que assinaram a referida carta.
Organizações populares que assinaram a carta
- Afronte – Movimento Nacional de Juventude
- Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Comissão de Relações Internacionais
- Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, ABJD
- Centro Brasileiro de Solidariedade Aos Povos e Luta Pela Paz, CEBRAPAZ
- Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, CTB
- Confederação Nacional das Associações de Moradores, CONAM
- Federação Árabe Palestina do Brasil, FEPAL
- Instituto Brasil Palestina, IBRASPAL
- Levante Popular da Juventude
- Marcha Mundial das Mulheres, MMM
- Movimento Brasil Popular, MBP
- Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos MTD
- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST
- Movimento pela Soberania Popular na Mineração, MAM
- União Brasileira de Mulheres, UBM
- União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, UBES
- União da Juventude Socialista, UJS
- União de Negros pela Igualdade, UNEGRO
- União Nacional LGBT, UNALGBT