OMS reitera pedido à China por dados sobre as origens do coronavírus
OMS renova pedido à China para compartilhar dados sobre as origens do coronavírus cinco anos após sua identificação
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Cinco anos após a identificação do coronavírus na cidade chinesa de Wuhan, a Organização Mundial da Saúde (OMS) renovou seu pedido para que a China compartilhe dados sobre as origens da pandemia. Em um comunicado divulgado na segunda-feira, 30 de dezembro, a organização destacou que entender como o vírus surgiu é um “imperativo moral e científico”.
O pedido da OMS reforça a necessidade de transparência para que o mundo possa se preparar e prevenir futuras pandemias. Segundo a declaração, sem cooperação entre os países, será impossível evitar novas crises globais de saúde.
O debate sobre a origem do Covid-19 continua a gerar controvérsia. Em 2022, o diretor do FBI, Christopher Wray, afirmou que a causa mais provável da pandemia seria um “potencial incidente laboratorial” em Wuhan, alimentando a chamada teoria do vazamento de laboratório. Apesar disso, as agências de inteligência dos Estados Unidos não encontraram evidências diretas que corroborassem essa hipótese, e a China classificou tais alegações como “totalmente sem credibilidade”.
Nos Estados Unidos, o tema se tornou politizado. Um subcomitê da Câmara dos Representantes, liderado por republicanos, concluiu após uma investigação de dois anos que o vírus teria se originado em um laboratório na China. Por outro lado, os membros democratas do comitê apresentaram um relatório separado, afirmando que as investigações não conseguiram esclarecer definitivamente como o vírus surgiu.
Em resposta às críticas, o governo chinês reafirmou seu compromisso com a transparência, alegando que compartilhou informações “sem restrições”. Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, declarou que a China foi o país que mais forneceu dados e resultados de pesquisas sobre a Covid-19 e contribuiu significativamente para o entendimento global sobre o tema.
Apesar das declarações, Pequim enfrentou críticas pela forma como lidou com a comunicação durante o surto inicial. Autoridades chinesas controlaram rigidamente as pesquisas científicas, bloquearam a entrada da equipe da OMS em 2021 e sugeriram que a doença poderia ter se originado fora do país.
Segundo dados da OMS, mais de 7 milhões de pessoas morreram em decorrência do Covid-19, enquanto mais de 760 milhões de casos foram registrados mundialmente. Em maio de 2023, a organização declarou que a Covid-19 não era mais uma emergência de saúde pública, mas as controvérsias sobre suas origens continuam sendo um ponto de atenção para prevenir futuras pandemias.