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Correios são acusados de calote de R$ 2,7 milhões a fundo imobiliário

Disputa sobre aluguel de galpão em Minas Gerais

O Fundo de Investimento Imobiliário TRBL11, administrado pelo grupo Tellus Rio Bravo, registrou uma denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra os Correios, acusando a estatal de não quitar um aluguel de R$ 2,7 milhões referente a um galpão logístico localizado em Contagem, Minas Gerais. O galpão é o maior centro de distribuição da empresa no estado e desempenha um papel essencial na entrega de encomendas.

O valor, que deveria ter sido pago em 7 de janeiro, corresponde a 46,5% da receita do fundo, segundo informações do Poder360.

Correios Justificam Suspensão de Pagamento

Em nota, os Correios alegaram que a suspensão do pagamento do aluguel foi motivada por um processo de “rescisão unilateral da locação”. A decisão teria sido baseada em estudos técnicos que indicaram problemas estruturais no galpão, comprometendo sua solidez e segurança. A estatal informou que o local está com operações suspensas desde outubro de 2024.

Os Correios afirmaram ainda que notificaram o fundo imobiliário sobre a rescisão contratual em 2 de dezembro de 2024. No entanto, essa alegação foi negada pelo TRBL11, que sustenta que não recebeu tal aviso.

Multa Pode Chegar a R$ 300 Milhões

O imbróglio pode ficar ainda mais caro para os Correios. Caso o processo de rescisão seja considerado irregular, a estatal pode ser obrigada a pagar uma multa contratual que chega a R$ 300 milhões, ampliando o conflito com o fundo de investimento.

Crise Financeira dos Correios

O episódio ocorre em meio a uma grave crise financeira enfrentada pelos Correios. Entre janeiro e setembro de 2024, a empresa registrou um prejuízo histórico de R$ 2 bilhões, resultado de uma combinação de fatores como:

  • Desistência de ações trabalhistas, que totalizaram cerca de R$ 1 bilhão;
  • Problemas operacionais e administrativos, que a estatal atribui ao “sucateamento” sofrido durante o governo Bolsonaro;
  • O impacto negativo da chamada “taxa das blusinhas”, uma medida que desestimulou importações de pequenas encomendas internacionais e afetou diretamente a receita da estatal.

Cortes e Ajustes em Meio à Crise

Em resposta à crise, os Correios reduziram a previsão de receita para 2024 de R$ 22,7 bilhões para R$ 20,1 bilhões, um crescimento tímido de apenas 1,5% em relação a 2023. Além disso, a estatal conseguiu reduzir R$ 600 milhões nas despesas projetadas, como parte de um esforço para reequilibrar suas contas.

Essas medidas incluem cortes de contratos, como o do galpão em Contagem, e uma série de ações austeras que buscam evitar a insolvência da empresa.

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