NotíciasPolítica

Deputados do PL acionam STF contra monitoramento do Pix pela receita federal

Parlamentares do PL acionarão STF para barrar monitoramento de transações via pix pela receita federal

Parlamentares do PL (Partido Liberal) anunciaram que irão acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar a instrução normativa da Receita Federal que estabelece o monitoramento de transações financeiras feitas pelo Pix e outros meios de pagamento acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas.

A medida, publicada recentemente, ampliou o alcance do monitoramento fiscal e gerou críticas de políticos e setores da sociedade que consideram a norma uma violação de direitos.

Controle de Constitucionalidade

A ação no STF será apresentada como um pedido de controle de constitucionalidade, com o objetivo de sustar as mudanças instituídas pela Receita Federal. A iniciativa foi confirmada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) por meio de suas redes sociais.

“Ninguém quer trabalhar o ano inteiro e ser mordido pela Receita Federal”, declarou Nikolas Ferreira.

Além disso, outros parlamentares, como Gilson Marques (Novo-SC), também propuseram projetos de decreto legislativo na Câmara dos Deputados para tentar anular a instrução normativa.

Críticas ao Monitoramento

Os parlamentares alegam que a nova regra fere direitos constitucionais, como o sigilo bancário, e atribuem à Receita Federal a prática de extrapolação de suas competências.

O senador Magno Malta (PL-ES), vice-líder da oposição no Senado, reforçou as críticas ao considerar que a medida configura uma interferência excessiva da Receita e desrespeita a separação dos poderes.

“O papel dos atos normativos infralegais, como uma instrução normativa, é regulamentar a lei, e não inovar no ordenamento jurídico criando direitos ou deveres sem respaldo legislativo”, afirmou Magno Malta.

Projetos Paralelos no Congresso

Enquanto a ação no STF é articulada, parlamentares também buscam alternativas no âmbito legislativo para derrubar a norma. Um dos caminhos propostos são os projetos de decreto legislativo, que têm como objetivo sustar atos do Executivo que sejam considerados abusivos ou inconstitucionais.

Os opositores ao monitoramento argumentam que a norma vai além do papel regulamentar da Receita, criando obrigações que impactam diretamente o sigilo financeiro de cidadãos e empresas.

A Norma da Receita

A nova instrução normativa da Receita Federal, publicada no início de 2025, ampliou o monitoramento de operações financeiras realizadas não apenas por Pix, mas também por TED, DOC, e outras modalidades. A regra estabelece que movimentações acima de R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas sejam comunicadas ao órgão fiscal.

A Receita argumenta que a norma visa aprimorar a fiscalização tributária e alinhar-se às novas dinâmicas do sistema financeiro, sem criar novos impostos.

O Debate no STF

Caso a ação seja acatada, o STF terá que decidir se a norma da Receita Federal fere princípios constitucionais, como o direito ao sigilo bancário e os limites das competências de órgãos reguladores. O embate entre Legislativo e Executivo também será central no julgamento, já que os parlamentares alegam que a Receita usurpou funções do Congresso ao criar obrigações por meio de um ato normativo.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo