Duda Lima critica uso de símbolos e linguagem associados ao ex-presidente pelo atual governo
O marqueteiro do Partido Liberal (PL), Duda Lima, acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter imitado elementos visuais e discursivos característicos de Jair Bolsonaro durante o pronunciamento nacional realizado na quinta-feira (17). Em entrevista à revista Veja, Lima afirmou que Lula estaria adotando estratégias já consolidadas pelo ex-presidente para se aproximar do público conservador.
Mudanças no discurso e na imagem presidencial
Segundo Duda Lima, Lula abandonou a tradicional saudação “companheiros e companheiras” e a substituiu por “amigos e amigas”, em uma tentativa de suavizar o tom ideológico e alcançar uma audiência mais ampla. Além disso, destacou o uso das cores verde e amarela, associadas à campanha de Bolsonaro, e a escolha de uma gravata azul no lugar da habitual vermelha, marca registrada do petismo.
Outro ponto citado pelo marqueteiro foi a utilização de uma moldura de Libras semelhante à usada pelo PL nas campanhas eleitorais. Para ele, isso mostra uma clara tentativa de emular a estética bolsonarista nas comunicações do governo.
Menção ao Pix e ironia sobre aproximação com Bolsonaro
Lima também ironizou a inclusão de referências ao Pix no discurso de Lula, apontando que o tema foi amplamente explorado por Bolsonaro como símbolo de inovação e eficiência durante seu mandato. “O próximo passo do petista será falar ‘tá, ok!’ e mudar o número da urna para o 22”, provocou o marqueteiro, fazendo alusão ao bordão e ao número de campanha de Bolsonaro.
A crítica vai além do conteúdo do discurso. Duda Lima demonstrou incômodo pessoal com o que entende ser uma apropriação de técnicas desenvolvidas por sua equipe. “Se perguntarem por que fiz essa provocação ou análise pode dizer que fico p*to quando esse povo me copia”, disparou.
As declarações reforçam a rivalidade simbólica entre os dois principais polos políticos do país. Para aliados de Bolsonaro, o gesto de Lula pode representar um reconhecimento, ainda que indireto, da eficácia da comunicação bolsonarista.
