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Servidores denunciam “IBGE Paralelo” e conflito com Márcio Pochmann ganha força

Márcio Pochmann enfrenta “rebelião” de servidores no IBGE, que reclamam sobre criação de fundação e portaria sobre home office

A instauração da fundação IBGE desencadeou um novo conflito interno no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, além de um embate de narrativas entre o presidente do instituto, Márcio Pochmann, e os funcionários. A conexão entre a liderança da organização e o sindicato já estava em declínio desde agosto de 2024, quando foi determinado o retorno ao trabalho presencial para os colaboradores que estavam em home office desde a pandemia.

Segundo Pochmann, é imprescindível a criação de uma fundação para que o IBGE seja reconhecido como uma Instituição de Ciência e Tecnologia. Ele reforçou que este status possibilitará a captação de recursos não-orçamentários, que são “essenciais para a urgente e imprescindível modernização e fortalecimento tecnológico”. O matemático informou que a discussão sobre este processo ocorreu no Conselho e foi divulgada tanto no portal do instituto como no website da própria fundação.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE discorda. Os servidores afirmam que o quadro técnico não foi consultado e destacam a possibilidade de a fundação “comprometer a autonomia técnica do órgão oficial”. De acordo com os sindicalistas, exonerações recentes na Diretoria de Pesquisas do órgão demonstram “que não se trata de uma corriqueira discordância”. A presidência nega comprometimento da autonomia técnica.

Mais insatisfação

Uma outra fonte de controvérsia é uma ordem emitida no dia 22 de agosto de 2024 que estipula o retorno ao trabalho presencial dois dias por semana. Esta norma se aplica aos funcionários que continuaram em esquema de teletrabalho integral. “Esta decisão também considerou a necessidade de preparar a recepção a quase mil novos servidores advindos do Concurso Público Nacional Unificado (CNU)”, afirmou o instituto.

O descontentamento aumentou devido a mudanças que o IBGE está passando no Rio de Janeiro, onde funcionará temporariamente no edifício do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), localizado na Avenida Chile, no centro da capital fluminense. O sindicato salienta que “O novo espaço representa 1/3 do atualmente ocupado, bem como está a 15 minutos do ponto de ônibus mais próximo, num trajeto ermo e sem calçada, ao final do qual se alcança a Rua Pacheco Leão, frequentemente intransitável devido a alagamentos, e sem que haja outro acesso”.

O órgão se comprometeu a fornecer vans para o deslocamento dos funcionários até locais perto de suas residências. De acordo com o sindicato, este compromisso surge “num contexto onde o IBGE atrasa pagamentos para fornecedores”, gerando assim, “traz justificados receios sobre a manutenção e a qualidade de tal serviço”.

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