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Servidores do IBGE pedem intervenção do congresso contra criação da fundação IBGE+

Funcionários do IBGE pedem ao congresso ação urgente para preservar autonomia da instituição

Funcionários do IBGE pedem ao Congresso ação urgente para preservar autonomia da instituição

Funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicaram nesta terça-feira (21) uma carta aberta solicitando ao Congresso Nacional “atuação urgente” para preservar a autonomia técnico-científica da instituição. O documento, assinado pela Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP), critica a criação da Fundação IBGE+, um órgão de direito privado proposto pelo presidente do instituto, Marcio Pochmann, e apelidado pelos servidores de “IBGE Paralelo”.

Críticas à Fundação IBGE+

Os servidores acusam a gestão de Pochmann de tentar implementar a Fundação IBGE+ sem diálogo com os trabalhadores e alertam que a iniciativa pode comprometer a integridade do órgão. A fundação, criada em julho de 2024, teria como objetivo captar recursos privados para financiar pesquisas do IBGE.

Em nota oficial divulgada no dia 15 de janeiro, o IBGE defendeu que a fundação busca “permitir a busca de recursos não orçamentários essenciais para a urgente e imprescindível modernização e fortalecimento tecnológico” do instituto. Segundo o comunicado, a criação da fundação foi debatida com órgãos federais e aprovada por unanimidade pelo Conselho Diretor.

Os servidores, no entanto, questionam a medida, alegando que:

  • Não houve comunicação clara sobre a criação da fundação;
  • A fundação representa um risco institucional, com potencial de abalar a credibilidade de indicadores essenciais para a política econômica nacional e a avaliação de políticas públicas;
  • O ato administrativo que criou a fundação possui “graves inconsistências jurídicas insanáveis”, incluindo violações das competências exclusivas da União.

Carta dos Servidores: “A Crise Mais Grave da História do IBGE”

A carta da CNSP destaca que o IBGE, que completou 90 anos em 2024, atravessa “a mais grave crise de sua história”, desencadeada pela criação da Fundação IBGE+. Os servidores também expressam preocupação com o clima organizacional deteriorado e denunciam atitudes autoritárias por parte da atual gestão:

“O clima organizacional está deteriorado e as lideranças encontram sérias dificuldades para desempenhar suas funções.”

Além disso, o sindicato dos servidores apontou que a fundação é uma tentativa de “precarização às avessas” dos serviços oficiais de estatística e geociências no Brasil.

Pedido ao Congresso e Denúncias Internacionais

Na carta, a CNSP solicita ao Congresso a revogação imediata do ato constitutivo da Fundação IBGE+ e sugere medidas legislativas para proteger o instituto. A confederação também defende que o Brasil seja denunciado em organismos internacionais, como:

  • Organização Internacional do Trabalho (OIT);
  • Comissão Interamericana de Direitos Humanos;
  • Organização das Nações Unidas (ONU), por violações de direitos trabalhistas e institucionais.

Reações e Insatisfação Interna

Os servidores publicaram uma carta aberta assinada por mais de 130 coordenadores, gerentes e técnicos do IBGE, afirmando que a gestão de Pochmann é marcada por “posturas autoritárias” e “desrespeito ao corpo técnico”.

A crise se intensificou após Pochmann acusar os servidores de disseminarem mentiras sobre o instituto e sugerir que poderia recorrer à Justiça contra as críticas. Em resposta, os servidores reafirmaram:

“Somos absolutamente comprometidos com a qualidade das informações estatísticas e geocientíficas que produzimos até hoje.”

A carta também manifestou apoio aos diretores que pediram exoneração devido a discordâncias com a gestão atual.

Conclusão

Os funcionários exigem a suspensão imediata das atividades da Fundação IBGE+ e a abertura de debates internos sobre o futuro do órgão. Eles alertam que a atual gestão ameaça os princípios orientadores e a missão institucional do IBGE.

“A condução do IBGE com viés autoritário, político e midiático pela gestão Pochmann é a verdadeira causa da crise em que se encontra a instituição.”

 

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