A inflação no Brasil começou 2025 em alta, com os alimentos novamente liderando a pressão sobre os preços. Segundo o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, o índice subiu 0,11% em janeiro, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE.
O resultado aponta uma alta acumulada de 4,50% nos últimos 12 meses, acima da expectativa do mercado, que projetava uma deflação de -0,02% para o mês. Apesar de o índice ter desacelerado em relação a dezembro, quando registrou 0,34%, a pressão dos alimentos permanece um desafio significativo para o governo.
Alimentos e Bebidas: Maior Impacto no IPCA-15
Conforme o levantamento, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta em janeiro, mas o destaque foi o grupo Alimentação e Bebidas, que teve a maior variação mensal (1,06%) e o maior impacto (0,23 ponto percentual) no índice do mês.
Dentro desse grupo, os alimentos consumidos em casa subiram 1,10%, com destaque para os aumentos do tomate (17,12%) e do café moído (7,07%). O grupo Transportes, que apresentou alta de 1,01%, também contribuiu de maneira significativa para o índice, adicionando 0,21 ponto percentual.
Governo Pressionado: Medidas para Contenção de Preços
Diante da crescente pressão inflacionária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que a redução dos preços dos alimentos seja prioridade para os ministros neste início de ano. O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que o governo discutirá um “conjunto de intervenções” para tentar conter a inflação no setor.
Ideias Controversas e Recuo
Entre as propostas iniciais do governo, foi cogitada a mudança na política de validade dos alimentos vendidos no Brasil, permitindo a comercialização de produtos não-perecíveis com datas de validade vencidas a preços menores. A sugestão foi amplamente criticada e descartada em menos de 12 horas.
O ministro da Casa Civil foi às redes sociais para esclarecer: “Reafirmo: não haverá intervenções do governo, mas a adoção de MEDIDAS para baratear os alimentos que estão na mesa do povo brasileiro”, escreveu no X (antigo Twitter).
Ele complementou: “Ainda analisaremos um amplo conjunto de propostas, mas existem sugestões que não fazem parte da cultura do Brasil e não vejo possibilidade de serem adotadas, incluindo a venda de alimentos não-perecíveis com data de validade ultrapassada a preços menores.”
Nova Reunião Ministerial
Na manhã desta sexta-feira (24), o presidente Lula convocou mais uma reunião ministerial para discutir alternativas para conter a inflação no setor de alimentos, uma questão que afeta diretamente a população e gera ruídos políticos dentro e fora do governo.