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Esquerda Latino-Americana convoca reunião urgente para “enfrentar” deportações do governo Trump

Sanções impostas à Colômbia e críticas às deportações de brasileiros marcam tensões com os EUA

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), liderada por governos de esquerda da região, convocou uma reunião extraordinária para tratar das recentes deportações de imigrantes e das tensões com o governo do presidente norte-americano Donald Trump. O encontro foi agendado para quinta-feira, 30, em Tegucigalpa, Honduras, a pedido do presidente colombiano, Gustavo Petro, e será liderado pela presidente hondurenha, Xiomara Castro.

Brasil Adota Postura Crítica às Deportações

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil classificou como “degradante” o uso de algemas em 88 brasileiros deportados que chegaram ao país no dia 24. Segundo o Itamaraty, o procedimento adotado pelos EUA infringe um acordo bilateral de 2018, que previa o tratamento “digno e respeitoso” dos repatriados.

Embora o governo Lula tenha manifestado indignação, chama atenção o silêncio durante o governo de Joe Biden, quando mais brasileiros foram deportados que no primeiro mandato de Trump, e práticas como o uso de algemas e correntes já eram padrão.

Petro Recua Após Pressão de Trump

A situação se intensificou quando Gustavo Petro, presidente da Colômbia, anunciou que não aceitaria voos de deportados vindos dos Estados Unidos. Em resposta, Donald Trump retaliou rapidamente, impondo tarifas de 25% sobre produtos colombianos exportados para os EUA.

Diante das sanções e da ameaça de medidas mais severas, Petro foi forçado a recuar, afirmando que retomaria a aceitação dos voos. O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, declarou que o país considera o impasse “superado” e garantiu que os deportados seriam tratados com dignidade ao retornarem.

Além das tarifas, Trump também restringiu vistos para autoridades colombianas e reforçou inspeções alfandegárias para produtos e cidadãos do país que entram nos EUA, demonstrando que sua administração não tolerará descumprimento de acordos bilaterais.

Celac Busca Consolidar Resposta

A reunião da Celac visa construir uma frente unificada contra as políticas migratórias endurecidas pelo governo Trump. No entanto, a organização, formada por 33 países e considerada um reduto de governos de esquerda, enfrenta críticas por incluir ditaduras como Cuba, Nicarágua e Venezuela, enquanto exclui Estados Unidos e Canadá.

O Brasil, que havia saído da Celac durante o governo Jair Bolsonaro, retornou à organização em 2023 sob a administração Lula. Ainda não há confirmação oficial de que o Brasil participará da reunião em Tegucigalpa, mas o Planalto discute como abordar o tema.

Trump Reforça Política Migratória Rígida

Desde sua posse, Donald Trump tem intensificado medidas contra a imigração ilegal. Ele declarou emergência nacional na fronteira com o México e ampliou voos de deportação, alinhando essas ações à sua promessa de campanha de implementar a maior deportação da história dos Estados Unidos.

“Essas medidas são apenas o começo. Não permitiremos que nossos acordos sejam violados nem que nossa segurança nacional seja comprometida”, afirmou Trump, reiterando seu compromisso em endurecer a política migratória.

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