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Estadão critica boné de Lula: marketing constrangedor e lacrador da deficiência lulopetista

Críticas ao uso de bonés com slogan político no governo Lula destacadas pelo estado de S.Paulo

O uso de bonés azuis com a frase “O Brasil é dos brasileiros” ganhou destaque no governo Lula, mas gerou críticas incisivas, especialmente em um editorial publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo neste sábado, 8. Segundo o texto, a escolha do acessório, que carrega um slogan provocativo, é uma tentativa de desviar a atenção da falta de governabilidade e liderança.

A iniciativa do boné partiu do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), que afirmou ter recebido a sugestão de “um pessoal da periferia da zona sul de São Paulo”. O slogan foi desenvolvido pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, responsável pela comunicação do governo, e o boné azul apareceu como uma espécie de resposta ao famoso modelo vermelho “Make America Great Again”, da campanha de Donald Trump.

O acessório foi adotado não apenas pelo presidente Lula, mas também por ministros como Carlos Fávaro (Agricultura), Camilo Santana (Educação) e pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues. Entretanto, o Estadão classifica o uso do boné como “constrangedor” e afirma que “como é difícil acreditar que bonés ajudem a solucionar problemas que só boa gestão, liderança e sensatez são capazes de resolver, aos ministros que toparam a – vá lá – ideia restará apenas o constrangimento público”.

“Com isso se ignora algo elementar: não há marketing, gesto, palavrório, slogan ou boné capazes de vender um produto ruim”, destaca o texto. “Os bonés são um sintoma dessa deficiência lulopetista. Ademais, carente de substância, o governo recorre ao jogo de quem acredita numa máxima nascida da polarização, segundo a qual é preciso usar as armas do adversário para enfrentá-lo. “

Marketing Político em Foco

O editorial destaca que o governo parece “buscar incessantemente encontrar uma marca para chamar de sua”, mas, na ausência de resultados concretos, aposta em ações simbólicas que priorizam o discurso. “Na falta de ter o que mostrar, sobra o que dizer”, aponta o texto. Além disso, o Estadão critica o fato de o boné azul replicar, de maneira inversa, o modelo de Trump, observando que, ao escolher o azul, o governo se associou indiretamente ao Partido Democrata norte-americano, em contraste com o vermelho dos Republicanos.

A “Guerra dos Bonés” no Congresso

A polêmica também chegou ao Congresso, onde parlamentares da oposição adotaram bonés verde e amarelo com o slogan “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026” como resposta direta ao acessório governista. O embate foi interpretado como um reflexo visual da polarização política no país.

Estadão explica que, em tese, o boné azul foi criado para criticar o que o governo chama de “bajulação dos Estados Unidos” por parte de seus adversários. O editorial menciona casos como o do governador Tarcísio de Freitas, que parabenizou Trump com um boné vermelho, e do ex-coach Pablo Marçal, que publicou um vídeo antigo ao lado do ex-presidente norte-americano.

No entanto, segundo o jornal, essa estratégia “produziu-se um viralatismo às avessas, não só ao replicar o modelo de Trump, como também ao escolher o azul, cor do Partido Democrata, como contraponto ao vermelho do Partido Republicano”.

Desafios Ignorados em Favor do Populismo Digital

O editorial conclui que o governo está desperdiçando tempo e energia com gestos simbólicos, enquanto questões mais urgentes permanecem sem solução. “Lula perde tempo em vez de se concentrar no que importa”, critica o jornal. A professora Maria Hermínia Tavares de Almeida, citada no texto, reforça que “o problema do governo é menos o fato de o Congresso ser majoritariamente de direita e mais a ausência de foco”.

Na visão do Estadão, os bonés e slogans são apenas “atos de lacração” voltados para redes sociais, destinados a agradar a militância, mas que carecem de substância e não resolvem os problemas reais enfrentados pelo governo.

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