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Incra desapropria fazenda produtiva da família Bettim em ação absurda

Produtores rurais expulsos de terras próprias após 60 anos

Nesta quinta-feira (13), a família Bettim, proprietária da Fazenda Floresta & Texas há mais de seis décadas, em São Mateus, Espírito Santo, foi oficialmente retirada de suas terras pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A ação, respaldada por uma decisão judicial, gerou protestos e críticas de lideranças políticas e sociais, reacendendo o debate sobre os critérios de desapropriação no Brasil.

A operação contou com a presença da superintendente estadual do Incra, Maria da Penha Lopes dos Santos, conhecida por sua proximidade com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que administra o assentamento vizinho Zumbi dos Palmares. Maria da Penha havia expressado recentemente sua insatisfação com a demora na execução da medida contra a família Bettim.

O caso teve início em 2010, durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi decretada a desapropriação da propriedade com base na alegação de improdutividade, apresentada pelo Incra. A família Bettim contestou a decisão judicial, apresentando laudos que comprovam a produtividade da fazenda, destacando sua importância econômica e social para a região.

Entre as atividades desenvolvidas na Fazenda Floresta & Texas estão:

  • 100 mil pés de café;
  • 5 mil pés de pimenta-do-reino;
  • Cultivo de mandioca;
  • Plantações de árvores frutíferas;
  • Cerca de 500 vacas leiteiras.

Mesmo diante desses dados, a Justiça do Espírito Santo decidiu, em dezembro de 2024, que a família deveria desocupar a fazenda até 13 de fevereiro de 2025.

Repercussão e Protestos Contra a Decisão

A medida gerou forte repercussão, com figuras políticas como o senador Magno Malta (PL-ES), o deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES) e o deputado estadual Lucas Polese (PL-ES) criticando duramente a ação. Eles alegam que a desapropriação não se justifica, pois a fazenda cumpre sua função social prevista na Constituição.

Além disso, mais de 400 pessoas se reuniram em São Mateus para protestar contra a desapropriação, manifestando solidariedade à família Bettim.

Debate Sobre Função Social da Propriedade

A Constituição Federal prevê que propriedades rurais podem ser desapropriadas por interesse social para fins de reforma agrária, desde que não cumpram sua função social, que inclui critérios de produtividade e respeito ao meio ambiente. Contudo, no caso da Fazenda Floresta & Texas, críticos apontam que a decisão foi influenciada por interesses políticos do MST, ignorando evidências de que a propriedade é produtiva e gera empregos na região.

Família Bettim e Apoiadores Prometem Reagir

Nas redes sociais, Viviane Bravim Bettim, integrante da família, lamentou a desapropriação e reforçou o impacto da medida sobre os produtores rurais. Lideranças como Lucas Polese e Magno Malta declararam que continuarão buscando, tanto na esfera política quanto jurídica, reverter a decisão.

“Essa injustiça não pode prevalecer. Vamos lutar para que o Judiciário reconheça os direitos da família Bettim e revise esse entendimento”, afirmou Malta.

Ação Levanta Questionamentos sobre Reforma Agrária

A desapropriação da Fazenda Floresta & Texas reacende debates sobre os critérios utilizados para reforma agrária no Brasil, especialmente em casos onde há evidências de produtividade. Para muitos, o episódio simboliza um conflito entre direitos constitucionais de propriedade e interesses políticos que ainda polarizam o país.

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