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Portaria revela intenção de arrecadação por meio do monitoramento do pix

Documento interno expõe estratégia para combater sonegação

Um documento interno da Receita Federal obtido por meio da Lei de Acesso à Informação confirma que o monitoramento de transações via Pix tinha como principal objetivo ampliar a arrecadação tributária. A exposição de motivos, assinada por auditores fiscais, destaca que a medida visava rastrear movimentações financeiras e identificar possíveis sonegadores, ampliando a base de cobrança de impostos no Brasil.

A revelação foi divulgada pelo portal O Fator e confirmada pela Revista Oeste nesta sexta-feira (14), indicando que o monitoramento do Pix não era uma “fake news”, mas uma estratégia deliberada da Receita Federal para detectar omissões fiscais.

Substituição da Decred e Expansão do Monitoramento

O texto explica que o plano envolvia a substituição da antiga Declaração de Operações com Cartões de Crédito (Decred), vigente desde 2003, por um novo módulo no sistema e-Financeira, ampliando a captação de informações financeiras.

A medida obrigaria instituições de pagamento a declararem transações feitas com Pix, cartões de débito e contas pré-pagas, adicionando essas informações ao banco de dados da Receita Federal.

Os auditores justificaram a ampliação do monitoramento afirmando que “há atualmente milhões de contas de pagamento pré-pagas, as quais não possuem limites de movimentação, permitindo que valores expressivos circulem à margem do conhecimento da administração tributária”.

Dados Cruzados para Detectar Sonegação

O objetivo declarado era cruzar informações de transações feitas por meio de empresas como Cielo, Rede, Stone e GetNet com declarações de renda de pessoas físicas e jurídicas. Assim, a Receita poderia identificar inconsistências e rastrear possíveis sonegações ou fraudes fiscais.

O documento aponta que “esses dados são fundamentais para seu cotejamento com a renda das pessoas físicas declarada na Declaração de Ajuste Anual – DAA e com a receita bruta das pessoas jurídicas declarada na Escrituração Contábil Fiscal – ECF”.

Referências ao Pix e a Polêmica da Medida

Embora o texto não mencione diretamente a palavra “Pix”, ele faz referência ao Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), que é a base do funcionamento do Pix, indicando claramente que as transações realizadas através desse sistema estavam no escopo do monitoramento planejado.
A proposta foi elaborada em setembro do ano passado e encaminhada ao então secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. Contudo, diante da controvérsia pública sobre uma possível “taxação do Pix”, a portaria acabou sendo revogada.

Importante destacar que o texto não menciona termos como “crime” ou “lavagem de dinheiro”, que haviam sido usados por Barreirinhas para justificar a medida, o que reforça que a motivação central era a arrecadação tributária, e não questões de segurança financeira.

Monitoramento Suspenso Após Pressão Pública

Importante destacar que o texto não menciona termos como “crime” ou “lavagem de dinheiro”, que haviam sido usados por Barreirinhas para justificar a medida, o que reforça que a motivação central era a arrecadação tributária, e não questões de segurança financeira.

Monitoramento Suspenso Após Pressão Pública

Apesar do cancelamento da portaria, a exposição de motivos revela a intenção clara da Receita Federal de intensificar o controle sobre transações digitais e aumentar a arrecadação. O debate público sobre a taxação do Pix gerou críticas à medida, levando o governo a recuar em meio às polêmicas.

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