
Enquanto enfrentam críticas por demoras em processos essenciais, como a liberação de pesquisas na reserva de petróleo do litoral norte do Brasil, servidores do Ibama registraram um volume impressionante de viagens em 2024: 10 mil deslocamentos, gerando uma despesa de R$ 45,7 milhões, segundo dados do Portal da Transparência.
Além de viagens pelo território nacional, os servidores também embarcaram para destinos internacionais como Suíça, Canadá, França, Noruega e Japão, financiados pelos impostos pagos pelos brasileiros.
Os Principais Gastos
Entre as viagens registradas, destacam-se casos que chamam a atenção pelo elevado custo:
- A viagem mais cara: Yanka Laryssa Almeida Alves ficou fora por mais de seis meses, acumulando uma despesa de R$ 73.877,93.
- A segunda maior despesa: Manolo Trindade gastou R$ 71,3 mil em uma viagem de longa duração, entre 3 de março e 31 de agosto.
- Presidente do Ibama: Rodrigo Agostinho, atual presidente da entidade, também figura entre os maiores gastos, com R$ 39,8 mil em diárias somente em 2024. Desde que assumiu o cargo, a soma atinge R$ 89,1 mil.
Silêncio e Falta de Explicações
A reportagem tentou obter um posicionamento oficial do Ibama sobre os gastos milionários, mas não houve resposta até o momento. O órgão adotou uma postura de “bico fechado”, sem oferecer justificativas para os valores elevados, nem para o grande volume de deslocamentos realizados pelos seus servidores.
Críticas
A revelação dos números ocorre em um momento em que o Ibama enfrenta cobranças por maior agilidade e eficiência em suas atividades. Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou publicamente o órgão, classificando como “lenga-lenga” a demora na análise de processos cruciais, como o da pesquisa da Petrobras em reservas de petróleo.
A falta de transparência sobre a justificativa das viagens e os altos valores gastos gera críticas sobre o uso eficiente dos recursos públicos, especialmente diante do impacto direto no contribuinte.