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Brasil assina acordo para fornecer ajuda financeira aos afegãos

Os beneficiários também terão acesso a serviços públicos

A partir de março deste ano, o Brasil oferecerá apoio humanitário e comunitário complementar aos afegãos vulneráveis. Um acordo de cooperação técnica assinado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública com a ONG Panahgah Association for International Humanitarian Aid deve beneficiar até 500 pessoas por ano.

Além dos vistos humanitários, os beneficiários receberão assistência financeira para cobrir aluguel por até um ano e outras despesas básicas, além de documentação de identidade brasileira. Eles também terão acesso a serviços públicos como saúde, educação e assistência social.

As organizações da sociedade civil que aderirem ao programa identificarão afegãos vulneráveis ​​elegíveis para receber esta assistência. Não serão aceitos pedidos individuais para participar do programa de reassentamento e seus benefícios.

Este acordo é o primeiro no âmbito do Programa de Reassentamento, Admissão e Acolhimento Humanitário por Meios Complementares e Patrocínio Comunitário (PRVC-PC), que permite ao governo federal fazer parcerias com organizações da sociedade civil para fornecer abrigo e integração local aos afegãos no Brasil.

Panahgah já enviou avaliações de 60 pessoas ao ministério. De acordo com o plano de trabalho aprovado, a Polícia Federal verificará a situação legal de cada indivíduo. Caso não sejam encontradas objeções, o Ministério das Relações Exteriores emitirá vistos humanitários.

O acordo estipula que a Panahgah hospedará os beneficiários em sua sede durante um período de adaptação. O grupo será então transferido para cidades brasileiras onde a organização mantém parcerias com outras entidades.

Além da Panahgah, duas organizações brasileiras, o Instituto Estou Refugiado e a Missão de Apoio à Igreja Sofredora (Mais), estão qualificadas para participar do programa de reassentamento. Juntas, essas organizações em breve poderão oferecer mais de 200 acomodações adicionais para afegãos vulneráveis.

“O Brasil está avançando na regulamentação do sistema migratório e de refugiados, bem como em outros aspectos normativos”, disse o secretário nacional de Justiça, Jean Keiji Uema. Ele enfatizou que o apoio humanitário complementar e comunitário não substituirá as formas tradicionais de refúgio: “Queremos avançar na construção de uma alternativa viável que garanta a aceitação total de imigrantes e refugiados”.

Aumento de aplicações

Desde setembro de 2021, o número de afegãos que buscam refúgio no Brasil aumentou após a retirada das tropas americanas do Afeganistão e o retorno do Talibã ao poder. Em 2024, o Brasil concedeu 13.632 pedidos de refúgio, sendo os afegãos o segundo grupo mais atendido, com 283 solicitações, depois da Venezuela, com 12.726 autorizações.

Essa situação causou uma crise no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, onde muitos afegãos recém-chegados acampavam aguardando ajuda humanitária.

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