
Em editorial publicado nesta terça-feira (27), o jornal O Globo fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pedindo um basta à “sanha arrecadatória” do Executivo. A manifestação se refere ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado na semana passada.
Segundo o editorial, o governo federal mostra-se “incapaz de promover um programa confiável de controle de gastos”, e recorre a aumentos de tributos para bancar “projetos de estimação”.
“Lula prefere partir para cima do bolso dos pagadores de impostos”, diz o jornal.
Pressão sobre o governo por conta das despesas
O Globo destacou que o crescimento de despesas, principalmente as previdenciárias impulsionadas pelo aumento do salário mínimo, tem intensificado a pressão sobre a equipe econômica. Para o jornal, Haddad tem apresentado “medidas que desestimulam investimentos” e “acarretarão repasse aos preços, com impacto na inflação”.
Manifesto do setor privado contra aumento do IOF
Na segunda-feira (26), diversas entidades empresariais divulgaram um manifesto criticando o aumento do IOF. Segundo o documento, as novas medidas trarão um aumento significativo nos custos operacionais:
“Com as medidas, os custos das empresas e dos negócios com operações de crédito, câmbio e seguros serão elevados em R$ 19,5 bilhões apenas no que resta do ano de 2025”, afirma o manifesto. “Para 2026, o aumento de custo chega a R$ 39 bilhões.”
Assinam o manifesto:
- Confederação Nacional da Indústria (CNI);
- Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);
- Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca);
- Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).
As entidades lembram que o Brasil está entre os países com maior carga tributária do mundo.
O Globo sugere corte de gastos como alternativa
No editorial, O Globo defende que o governo Lula deve buscar cumprir a meta fiscal com um programa robusto de corte de despesas, tanto no Executivo quanto no Legislativo:
“A começar pelas bilionárias emendas parlamentares”, sugere o jornal.