
Membros de várias alas do Supremo Tribunal Federal (STF) veem as ações do empresário Elon Musk e de partes da base de Donald Trump contra Alexandre de Moraes como um ataque institucional ao Tribunal. A informação foi obtida pelo portal g1.
Nesse contexto, os juízes começaram a advogar por uma resposta diplomática oficial que destaque a relação histórica de cooperação entre Brasil e Estados Unidos.
Embora esses ministros reconheçam que uma possível intervenção do Itamaraty comporta riscos políticos, eles asseguram que não podem ficar passivos perante o que eles descrevem como “múltiplas frentes de constrangimento institucional”.
Um membro da 1ª Turma, a qual Moraes é parte, enxerga as tentativas de desacreditar o ministro como parte de um esforço mais amplo para debilitar o Supremo e o Judiciário brasileiro.
O referido ministro apoia uma resposta diplomática oficial e, em debates internos, destacou que os ataques de Musk em sua plataforma de mídia social não são incidentes únicos. Existe um projeto em progresso no Congresso dos Estados Unidos que visa proibir a entrada de Moraes no país.
Moraes está ‘firme e sereno’, dizem integrantes do STF
Ademais, em seu papel como colaborador de Trump, Musk tem acesso a informações da Receita Federal dos Estados Unidos e utilizou sua plataforma para compartilhar dados de um perfil anônimo, que insinuou que Moraes retirou investimentos do país.
Colegas dentro do STF confirmam que, apesar da pressão, o ministro permanece “firme e sereno” em sua postura. No entanto, a Corte ainda acredita que a diplomacia dos Estados Unidos precisa se envolver formalmente.
Uma série de processos, incluindo pedidos de extradição, estão em tramitação no Judiciário brasileiro pelo governo dos EUA. Eles defendem que a política de reciprocidade deve “garantir o respeito à autonomia do STF”.
Apesar de admitirem que envolver o Itamaraty pode intensificar a politização da crise, os ministros defendem a necessidade de empregar os mecanismos institucionais à disposição.
“Não podemos simplesmente assistir”, disse um ministro. “A extrema direita na Europa tem adotado esse mesmo tipo de ataque. A resposta precisa ser diplomática, porque o ataque é diplomático.”
Movimentações do Itamaraty
A liderança do Itamaraty se encontra em uma situação de impasse, ponderando se deve ou não se envolver na ampliação da tensão entre o ministro Alexandre de Moraes e a administração do presidente americano Donald Trump.
De acordo com o Metrópoles, a direção do Ministério das Relações Exteriores está perplexa. Os embaixadores inicialmente avaliam que o departamento não deveria se envolver, uma vez que quem processa Moraes é a “Trump Media”, uma corporação privada de Donald Trump, e não o presidente dos Estados Unidos no exercício de seu cargo.
Os apoiadores de Lula e juízes do STF afirmam que o Itamaraty não deve “acovardar-se” e permitir que a situação continue sem interferência. Argumentam que um possível descaso poderia intensificar a fricção diplomática entre o Brasil e seu maior parceiro comercial.
As informações são da Revista Oeste