
Nesta quinta-feira, 27, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a queda no lucro da empresa em 2024 foi resultado de “uma coisa que não é real”. Ela se referiu à desvalorização cambial como principal causa do problema.
A companhia finalizou o último trimestre com um déficit de R$ 17 bilhões. O desempenho nos três meses finais do ano anterior resultou em uma redução de 70% no ganho anual de 2024 em relação a 2023. O montante positivo acumulado de janeiro a dezembro de 2024 atingiu R$ 36,6 bilhões.
De acordo com a empresa, a flutuação cambial resultou em um impacto negativo de R$ 59 bilhões no desempenho anual. A liderança mantém um otimismo em relação à recuperação financeira em 2025. A expectativa é que uma diminuição no valor do dólar possa reverter parte das perdas, gerando um efeito positivo de R$ 11 bilhões no lucro, supondo que a taxa de câmbio permaneça por volta de R$ 5,75.
Impactos e ajustes financeiros na Petrobras
Magda enfatizou que, se não fossem os impactos da variação cambial e de acontecimentos excepcionais, tais como o acordo para pagamento de dívidas tributárias com a Fazenda, o lucro líquido de 2024 teria alcançado R$ 109 bilhões.
Profissionais do mercado declararam que o aumento da moeda dos EUA ocorreu, além de outros fatores externos, devido às decisões do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
A companhia atingiu suas metas de produção de petróleo e gás e conseguiu adicionar novas reservas, consolidando sua posição no mercado. Contudo, os papéis da Petrobras apresentaram queda, o que expressa inquietações em relação ao crescimento dos investimentos, os quais, de acordo com Magda, eram meras antecipações de fundos para o Campo de Búzios.
Projeções de investimento e otimismo com a produção futura
A revisão das projeções de investimento em agosto, que pode ter causado ruídos no mercado, também foi mencionada pela presidente.
Magda admitiu que a revisão desses números pela empresa foi “um pouco drástica”. Relativamente à política de preços dos combustíveis, a executiva declarou que não deverá afetar adversamente os resultados, uma vez que a empresa mantém preços que garantem lucro e mantêm sua presença no mercado.
Ao olhar para o futuro, Magda destacou o potencial de expansão da produção de petróleo já contratada, especificamente com o Campo de Búzios. A expectativa para a área é alcançar 2 milhões de barris diários até 2030. Se isso acontecer, provavelmente ultrapassará a produção atual de muitos países que produzem e exportam petróleo.As informações são da Revista Oeste.