
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), denominou como “criminosos” os acampamentos que solicitavam intervenção militar durante a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Hoje, ninguém mais tem dúvida, porque o Supremo Tribunal Federal já se deparou com o tema, já realizou diversas condenações e também mais de 500 acordos de não persecução penal, que é crime, é infração penal você acampar na frente de quartéis para pedir a decretação de golpe de Estado, para pedir a volta do AI-5, da tortura, a quebra da normalidade democrática. E isso foi feito expressamente, esse pedido, pelo então presidente ora denunciado” declarou o magistrado.
Nesta quarta-feira (26), durante o julgamento da denúncia contra Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado, apresentada pela Procuradoria-Geral da República, a fala ocorreu.
“[A denúncia] Destaca que, mesmo após a derrota, [Bolsonaro] determinou que as Forças Armadas emitissem nota técnica com a finalidade de manter os seus apoiadores. O presidente determinou, após as eleições, que assinassem uma nota pela manutenção das pessoas na frente dos quartéis” acrescentou Moraes.
O ex-presidente e outros sete investigados foram tornados réus no inquérito do alegado golpe de Estado pelo STF, que decidiu de forma unânime nesta quarta-feira (26). O resultado da votação foi de 5 a 0.
Com a decisão, será aberta uma ação penal contra o ex-presidente e sete de seus aliados: Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Alexandre Ramagem (deputado e ex-diretor-geral da Abin) e Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).